São Paulo, quarta, 20 de agosto de 1997.



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RELIGIÃO
EUA anunciam permissão de viagens durante passagem de João Paulo 2º pelo país
Visita do papa atenua embargo a Cuba

de Washington

O governo dos EUA pretende suavizar o embargo econômico que impõe a Cuba há 34 anos durante os cinco dias da visita do papa João Paulo 2º ao país em 1998.
A restrição a viagens de cidadãos norte-americanos a Cuba vai ser atenuada para que alguns milhares de católicos possam prestar suas homenagens ao papa. Um porta-voz da Casa Branca, Barry Toiv, disse que nada na legislação em vigor será alterado ou violado.
Pela lei atual, o governo pode dar autorizações especiais de viagem a Cuba a jornalistas e pessoas que participem de intercâmbios educacionais ou religiosos.
Quem viaja sem permissão pode ser multado em até US$ 55 mil. A Arquidiocese de Miami pediu permissão para fretar um navio para fiéis com partida marcada para 20 de janeiro. Outras paróquias têm planos semelhantes.
Além disso, diversas entidades religiosas querem autorização para enviar a Cuba computadores e aparelhos telefônicos que dizem ser necessários para o sucesso da viagem do papa.
O governo dos EUA não condena a visita de João Paulo 2º a Cuba. Sua posição oficial tem sido a de que ela pode "levar ao povo cubano uma mensagem de esperança e de respeito aos direitos humanos". O governo cubano e a Igreja Católica têm melhorado suas relações nos últimos dez anos. Pessoas religiosas agora podem pertencer ao Partido Comunista Cubano.
Os EUA impuseram embargo econômico a Cuba em 1963, durante o governo de John Kennedy, após a "crise dos mísseis" (quando se descobriu que a União Soviética havia instalado mísseis nucleares direcionados contra os EUA em território cubano).
Durante a administração de Bill Clinton, diversos sinais de degelo nas relações entre os dois países foram observados: ligações telefônicas entre EUA e Cuba foram restabelecidas, aumentou a quantia de dinheiro que imigrantes cubanos podem remeter dos EUA para seus parentes em Cuba, instalou-se a primeira sucursal de meio de comunicação norte-americana em Havana desde 63 (da rede de TV CNN) e algumas entidades científicas cubanas receberam permissão para receber aparelhos eletrônicos enviados por congêneres.
Mas o ambiente da campanha eleitoral de 1996 levou ao endurecimento do embargo, quando o presidente Bill Clinton resolveu sancionar a Lei Helms-Burton, após um avião civil norte-americano ter sido derrubado sobre mares cubanos.
A Helms-Burton prevê punições para empresas estrangeiras que invistam em Cuba. (CELS)



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