UOL


São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONU se compromete a permanecer no Iraque

DE NOVA YORK

Logo após o ataque, a ONU assumiu o compromisso de seguir presente em Bagdá. A intenção foi expressa em dois comunicados, o primeiro deles do Conselho de Segurança (CS), o órgão com maior poder na ONU.
"Os membros do Conselho reafirmaram que esse ataque horrível, que busca diminuir o papel vital da ONU no Iraque, não vai afetar sua determinação. Os membros do Conselho ficarão unidos contra esses ataques, para ajudar a população iraquiana a restaurar a paz e a estabilidade no seu país", disse nota do CS.
"Espero ver a paz, a segurança e a independência plenas restauradas o mais breve possível no Iraque. A ONU vai fazer todo o esforço possível para que isso aconteça", disse o secretário-geral da entidade, Kofi Annan, em nota.
Mais tarde, após a confirmação da morte de Vieira de Mello, Annan, que estava de férias na Finlândia, insistiu: "Vamos completar o trabalho que ele começou, para que sua morte não tenha sido em vão". Annan deverá se dirigir ao CS da ONU em sessão a portas fechadas hoje.
Desde o ano passado, a questão do Iraque tem dividido o CS, que negou-se a aprovar resolução autorizando a guerra. Após a queda de Saddam Hussein, os EUA e o Reino Unido não quiseram dar à ONU uma maior influência na reconstrução do país.
Apesar disso, o CS anulou as sanções contra o país e reconheceu o controle americano e britânico sobre o Iraque "até que um governo representativo, reconhecido internacionalmente, seja estabelecido pelo povo iraquiano".
Mesmo com um papel pouco definido no Iraque ocupado, Annan indicou Vieira de Mello, um de seus homens de maior confiança, para representá-lo em Bagdá, num sinal de que pretendia investir num papel crescente para as Nações Unidas.
O embaixador francês, Jean Marc de la Sablière, considerou prematuro discutir os efeitos do atentado, mas acha que o CS talvez tenha que discutir uma nova resolução. "De alguma forma, esse drama mostra o quanto é esperado da ONU", disse. (RD)


Texto Anterior: Ninguém faria mais falta que ele, diz Kofi Annan
Próximo Texto: Lula ataca a "insanidade do terrorismo"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.