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ONU se compromete a
permanecer no Iraque
DE NOVA YORK
Logo após o ataque, a ONU assumiu o compromisso de seguir
presente em Bagdá. A intenção foi
expressa em dois comunicados, o
primeiro deles do Conselho de Segurança (CS), o órgão com maior
poder na ONU.
"Os membros do Conselho reafirmaram que esse ataque horrível, que busca diminuir o papel
vital da ONU no Iraque, não vai
afetar sua determinação. Os
membros do Conselho ficarão
unidos contra esses ataques, para
ajudar a população iraquiana a
restaurar a paz e a estabilidade no
seu país", disse nota do CS.
"Espero ver a paz, a segurança e
a independência plenas restauradas o mais breve possível no Iraque. A ONU vai fazer todo o esforço possível para que isso aconteça", disse o secretário-geral da entidade, Kofi Annan, em nota.
Mais tarde, após a confirmação
da morte de Vieira de Mello, Annan, que estava de férias na Finlândia, insistiu: "Vamos completar o trabalho que ele começou, para que sua morte não tenha sido em vão". Annan deverá
se dirigir ao CS da ONU em sessão
a portas fechadas hoje.
Desde o ano passado, a questão
do Iraque tem dividido o CS, que
negou-se a aprovar resolução autorizando a guerra. Após a queda
de Saddam Hussein, os EUA e o
Reino Unido não quiseram dar à
ONU uma maior influência na reconstrução do país.
Apesar disso, o CS anulou as
sanções contra o país e reconheceu o controle americano e britânico sobre o Iraque "até que um
governo representativo, reconhecido internacionalmente, seja estabelecido pelo povo iraquiano".
Mesmo com um papel pouco
definido no Iraque ocupado, Annan indicou Vieira de Mello, um
de seus homens de maior confiança, para representá-lo em
Bagdá, num sinal de que pretendia investir num papel crescente
para as Nações Unidas.
O embaixador francês, Jean
Marc de la Sablière, considerou
prematuro discutir os efeitos do
atentado, mas acha que o CS talvez tenha que discutir uma nova
resolução. "De alguma forma, esse drama mostra o quanto é esperado da ONU", disse.
(RD)
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