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No Rio, mãe do diplomata temia por sua vida
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A notícia da morte do chefe da missão da ONU no Iraque, o carioca Sérgio Vieira
de Mello, chegou a sua família no Rio após as 14h de ontem, por meio de um telefonema do chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Quem recebeu a ligação foi
André, filho da única irmã
do diplomata, Sônia dos
Santos Vieira de Mello.
A informação foi dada pelo médico Antônio Vieira de
Mello, primo do diplomata,
que passou a tarde assistindo a mãe de Sérgio Vieira de
Mello, Gilda, de 83 anos. Ela
só foi avisada da morte do filho por volta das 17h. Em seguida, foi sedada.
"A vida dela era esse filho,
e ela já estava preocupadíssima, tendo premonições nos
últimos dias. Principalmente depois de domingo, quando leu uma entrevista dele
[no "Jornal do Brasil"] dizendo que estava no lugar
mais perigoso de sua vida",
disse o primo. O último contato entre os dois foi na semana passada, por telefone.
A última vez que o alto
funcionário da ONU esteve
no Brasil foi no final do ano
passado. "Ele veio para a
posse do [presidente] Lula,
mas passou o Natal com a família no Rio", afirmou Antônio Vieira de Mello.
"Estamos todos consternados. Ele foi um brasileiro
que só fez o bem e teve um
destino muito triste", disse.
"A mãe dele vivia chorando desde que ele foi indicado
[para ser representante da
ONU no Iraque]. Ele não
queria que ele fosse", disse o
ex-governador do antigo Estado do Rio (1961-1962) Celso Peçanha, 87, amigo da família há mais de 40 anos. Ele
esteve ontem no prédio de
Gilda Vieira de Mello em
Copacabana (zona sul).
Até o final da tarde, a família não tinha informações
sobre onde e quando será o
sepultamento. Até o fechamento desta edição, a família no Rio não havia tido
contato com a mulher de
Vieira de Mello, que é francesa, e com os filhos, que
moram em Genebra (Suíça).
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