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EUA pedem ajuda, mas
encontram resistência
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Os EUA estão empreendendo
várias negociações bilaterais para
solicitar o envio de tropas de outros países ao Iraque, mas, na
maioria dos casos, os "convidados" a participar preferem esperar uma resolução da ONU.
O Brasil, por exemplo, confirmou ter sido sondado, mas descartou enviar tropas.
Segundo disse à Folha o embaixador do Chile na ONU, Heraldo
Muñoz, até o momento o país não
recebeu nenhuma comunicação e
"o tema não foi nem sequer analisado como hipótese". O diplomata ressaltou ainda que, sem uma
resolução da ONU sobre o Iraque,
ficaria difícil ponderar sobre um
eventual envio de tropas.
O Paquistão, aliado de primeira
hora na guerra dos EUA contra o
terror, ainda delibera sobre a participação do país em ações no Iraque. Os Estados Unidos e o Reino
Unido teriam solicitado entre 10
mil e 12 mil soldados. No entanto
representantes da missão permanente do Paquistão na ONU, em
Nova York, afirmam que a negociação com os EUA depende de
uma decisão das Nações Unidas
sobre a questão.
A Turquia, que poderia enviar
entre 10 mil e 20 mil soldados, enfrenta grande oposição interna, a
exemplo do que ocorreu na véspera da Guerra do Iraque, impedindo que o país participasse da
coalizão militar que derrubou o
ex-ditador Saddam Hussein.
A Coréia do Sul é outro país que
poderá cooperar com um grande
número de soldados: 9.500. A
confirmação do contigente a ser
envolvido ainda está em fase de
deliberação.
Com um número modesto de
militares, mas que ainda pode
crescer, estão a Lituânia (90 soldados) e a Romênia (700 soldados).
Em telefonema feito ontem, o
presidente dos EUA, George W.
Bush, ligou para o premiê do Japão, Junichiro Koizumi, para pedir a "cooperação" do Japão no
Iraque. Recentemente, o Parlamento japonês aprovou o envio
de tropas, mas só para áreas onde
não haja risco para os soldados.
Quanto à contribuição de US$ 1
bilhão para um fundo de reconstrução, ainda não há resposta.
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