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Tanques ainda
circulam em
áreas de Gaza
DO ENVIADO ESPECIAL
Diversos tanques circulavam pela faixa de Gaza ontem, especialmente nas regiões onde há assentamentos judaicos.
Logo à entrada de Gaza,
perto da colônia de Nissanit
e da aldeia palestina de Bet
Hanun, jovens lançavam pedras contra soldados israelenses, que respondiam com
bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Ghaleb, 15, que lançava pedras contra um posto militar
israelense no local, diz que
"o acordo de Sharm al
Sheikh não vai nos impedir
de continuar a exigir a retirada do Exército e das colônias
judaicas de nossa terra".
Nas ruas da faixa de Gaza,
havia poucas pessoas. A
praia e os hotéis estavam
praticamente vazios.
"Faltam leite, farinha e vários outros produtos aqui.
Esperamos que essa abertura gradual da fronteira permita nosso reabastecimento", afirma Aiman, dono de
uma loja na capital. Os enfrentamentos se concentram
na região em torno da cidade de Gaza onde estão as colônias judaicas.
O aeroporto de Gaza foi
reaberto ontem. Aviões partiram para o Egito, a Jordânia e a Rússia.
Menino palestino
Na casa de Muhammad al
Dura, que se tornou um símbolo da nova Intifada (levante popular), o avô dele, Muhammad, diz que estava na
Jordânia quando viu pela
TV a morte do menino nos
braços do pai. "Não conseguia acreditar na tragédia",
afirma, no campo de refugiados de Al Brej.
Alguns dos seis irmãos de
Muhammad viajariam hoje
para Amã para visitar o pai,
Jamal, que recebe tratamento médico na cidade. Os sete
irmãos costumavam dormir
num quarto de 8 m2.
"Jamal trabalhava havia 20
anos com um patrão israelense. Quando ele ficou sabendo o que houve, disse
que estava disposto a pagar o
tratamento, mas nós preferimos recusar", diz o avô.
No local onde Muhammad
morreu, diante do cruzamento de Netzarim, palestinos ergueram um memorial
com bandeiras pretas e flores. Um homem que passava
por ali disse que percorre
quatro quilômetros com as
filhas para levá-las à escola
(perto do cruzamento) por
causa dos bloqueios.
(PDF)
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