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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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Contemporânea, beata é símbolo de sua era

DO ENVIADO ESPECIAL

Madre Teresa de Calcutá já é uma das beatas (a caminho da santidade) mais conhecidas no mundo. De um lado, por ser contemporânea. Morreu há apenas seis anos, e seu processo foi analisado com uma velocidade totalmente incomum. Alguns casos levam séculos, e há uma espera tradicional de cinco anos após a morte do candidato a santo.
As numerosas fotos e imagens na TV constituíram um fator importante na divulgação de seu trabalho e no apego que pessoas de várias religiões têm por ela. E pode-se ver na internet diversos sites sobre a vida e a obra dela.
O fato de ter ficado tão conhecida nos EUA desempenhou um papel fundamental em sua popularidade. Ontem, na primeira exibição mundial de um filme sobre Madre Teresa no auditório Paulo 6º, no Vaticano, uma norte-americana fez a apresentação .
"No passado, não havia máquinas fotográficas nem filmadoras para registrar a vida dos santos. Madre Teresa foi pioneira até nisso", disse a integrante de uma delegação oficial de 40 pessoas enviada pelo governo George W. Bush (quando mencionou o nome do presidente norte-americano, foi vaiada no auditório).
"Disseram que ia chover [choveu boa parte do sábado] e que não haveria sol, mas não caiu uma só gota de chuva. Pode ter sido o primeiro milagre de Madre Teresa depois da beatificação. O sol estava lindo", disse a representante dos EUA, que também elogiou o "papa santo". "Honramos dois santos hoje [ontem]: Madre Teresa de Calcutá e aquele que celebrou a missa." O público aplaudiu em pé.

Imagem e som
O filme gira em torno do funeral em Calcutá, em 1997, e mostra uma entrevista com a beata em que ela fala de problemas contemporâneos. "Aos pobres materialmente, pode-se dar matéria. Externamente, o que se vê é pobreza, mas é Jesus. Os solitários, os rejeitados, os abandonados, os esquecidos... essa é uma pobreza mais grave", argumenta Madre Teresa na tela. "Em alguns lugares, o sofrimento é mais escondido. Pode-se encontrar Calcutá no mundo inteiro", afirma.
O documentário também traz imagens do enterro enquanto se ouve a voz da beata com um eco que produz o efeito usado quando Jesus Cristo fala em alguns filmes religiosos.
Além do documentário exibido ontem e que deve ser levado a diversos países do mundo, está em cartaz, em Roma, um musical sobre a beata e foi montado um museu em uma basílica onde estão expostos diversos objetos pessoais: sandálias, sáris, Bíblia, tapetes feitos de sacos etc.
Em várias lojas da capital italiana, encontram-se rosários, medalhinhas, orações e mais de 30 livros temáticos, mas também colheres, toalhas de mesa e chaveiros com a foto dela. Sem dúvida, trata-se de uma candidata à santidade moderna, exposta ao consumismo e à exposição maciça tão comuns na atualidade. (PDF)


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