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Contemporânea, beata é símbolo de sua era
DO ENVIADO ESPECIAL
Madre Teresa de Calcutá já é
uma das beatas (a caminho da
santidade) mais conhecidas no
mundo. De um lado, por ser contemporânea. Morreu há apenas
seis anos, e seu processo foi analisado com uma velocidade totalmente incomum. Alguns casos levam séculos, e há uma espera tradicional de cinco anos após a
morte do candidato a santo.
As numerosas fotos e imagens
na TV constituíram um fator importante na divulgação de seu trabalho e no apego que pessoas de
várias religiões têm por ela. E pode-se ver na internet diversos sites
sobre a vida e a obra dela.
O fato de ter ficado tão conhecida nos EUA desempenhou um
papel fundamental em sua popularidade. Ontem, na primeira exibição mundial de um filme sobre
Madre Teresa no auditório Paulo
6º, no Vaticano, uma norte-americana fez a apresentação .
"No passado, não havia máquinas fotográficas nem filmadoras
para registrar a vida dos santos.
Madre Teresa foi pioneira até nisso", disse a integrante de uma delegação oficial de 40 pessoas enviada pelo governo George W.
Bush (quando mencionou o nome do presidente norte-americano, foi vaiada no auditório).
"Disseram que ia chover [choveu boa parte do sábado] e que
não haveria sol, mas não caiu uma
só gota de chuva. Pode ter sido o
primeiro milagre de Madre Teresa depois da beatificação. O sol estava lindo", disse a representante
dos EUA, que também elogiou o
"papa santo". "Honramos dois
santos hoje [ontem]: Madre Teresa de Calcutá e aquele que celebrou a missa." O público aplaudiu
em pé.
Imagem e som
O filme gira em torno do funeral
em Calcutá, em 1997, e mostra
uma entrevista com a beata em
que ela fala de problemas contemporâneos. "Aos pobres materialmente, pode-se dar matéria. Externamente, o que se vê é pobreza,
mas é Jesus. Os solitários, os rejeitados, os abandonados, os esquecidos... essa é uma pobreza mais
grave", argumenta Madre Teresa
na tela. "Em alguns lugares, o sofrimento é mais escondido. Pode-se encontrar Calcutá no mundo
inteiro", afirma.
O documentário também traz
imagens do enterro enquanto se
ouve a voz da beata com um eco
que produz o efeito usado quando
Jesus Cristo fala em alguns filmes
religiosos.
Além do documentário exibido
ontem e que deve ser levado a diversos países do mundo, está em
cartaz, em Roma, um musical sobre a beata e foi montado um museu em uma basílica onde estão
expostos diversos objetos pessoais: sandálias, sáris, Bíblia, tapetes feitos de sacos etc.
Em várias lojas da capital italiana, encontram-se rosários, medalhinhas, orações e mais de 30 livros temáticos, mas também colheres, toalhas de mesa e chaveiros com a foto dela. Sem dúvida,
trata-se de uma candidata à santidade moderna, exposta ao consumismo e à exposição maciça tão
comuns na atualidade.
(PDF)
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