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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Eles foram alvejados pelas Brigadas de Al Aqsa na Cisjordânia; Israel impõe toque de recolher e convoca reservistas

Ataque mata três soldados israelenses

DA REDAÇÃO

Três soldados israelenses foram mortos ontem em ataque a tiros em uma vila palestina perto de Ramallah (Cisjordânia), ao lado do assentamento judaico de Ofra. A ação, segundo autoridades de segurança israelenses, foi a mais séria nos últimos meses.
O grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (facção política de Iasser Arafat), reivindicou o ataque. Para conseguir alvejar os militares, foi armada uma emboscada. Dois militantes do grupo palestino participaram da ação.
Segundo pesquisa divulgada ontem, 89% dos palestinos apóiam ataques como o de ontem -que visem militares de Israel na Cisjordânia ou na faixa de Gaza.
Em resposta, o Exército de Israel impôs toque de recolher na área. Não estava descartada uma incursão em Ramallah em busca dos responsáveis. Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), vive em seu QG na cidade, de onde é impedido, de sair por Israel há quase dois anos.
Horas antes, mísseis palestinos Qassam, de fabricação caseira, foram disparados contra Sderot (Israel). A ação não deixou vítimas. Nenhum grupo a assumiu. Em outras ocasiões em que foram lançados mísseis, Israel revidou. Mas ontem não houve resposta.
Temendo uma nova onda de atentados terroristas, o Exército de Israel convocou ontem cerca de 1.800 reservistas para substituírem soldados que foram deslocados para ações na Cisjordânia.
No sábado, as forças israelenses haviam matado quatro palestinos na faixa de Gaza: dois militantes, uma mulher e um adolescente.
"Essas ações fazem parte da escalada de violência do Exército de Israel. É uma indicação de que o governo israelense continuará sua agressão, suas incursões e seus toques de recolher", afirmou ontem Saeb Erekat, principal negociador palestino.
Após iniciar incursão na quinta-feira, o Exército de Israel desocupou o campo de refugiados Brazil (faixa de Gaza), onde testemunhas disseram que 20 prédios foram destruídos ou danificados. Os soldados de Israel estavam procurando túneis que seriam utilizados para contrabandear armas do Egito para a faixa de Gaza.
A ONU afirma que 110 casas foram destruídas e 15 pessoas morreram na recente incursão israelense em campos de refugiados na faixa de Gaza. O ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, diz que quatro túneis foram achados.

Pesquisa
Segundo pesquisa do Centro Palestino de Pesquisa e Investigação Política, 75% dos palestinos apóiam o atentado suicida que matou 21 há duas semanas em Israel. Ayoub Mustafa, um dos pesquisadores, afirmou que o percentual pode ser artificialmente alto, porque os entrevistados não foram informados de que todos os mortos eram civis.
A popularidade de Arafat alcançou o seu nível mais alto em cinco anos. A pesquisa indica que metade dos palestinos votariam nele novamente para a Presidência da ANP. No ano passado, eram 35%.


Com agências internacionais


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