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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Comboio com munições também é alvo

Série de confrontos mata dois soldados americanos e três civis

DA REDAÇÃO

Uma série de ataques-surpresa atingiu vários alvos do Exército dos EUA entre o norte e o oeste de Bagdá, na região onde se concentra a principal resistência à ocupação americana do país.
Na noite de sábado, dois soldados norte-americanos foram mortos e um ficou ferido em combates perto de Kirkuk (250 km ao norte de Bagdá). Na manhã de ontem, soldados dos EUA mataram três iraquianos perto de Hawija depois de terem sido atingidos por granadas.
Já nas proximidades de Fallujah (70 km a oeste de Bagdá), uma emboscada contra um comboio dos EUA destruiu um caminhão carregado com munições, além de dois outros veículos. Aparentemente, eles foram atingidos por foguetes.
"Podiam-se ver pedaços dos veículos voando por toda a parte, como fogos de artifício", disse o comerciante Khalil al Qubaisi, 45.
Em resposta, os soldados norte-americanos abriram fogo, ferindo pelo menos cinco civis, segundo afirmaram testemunhas. Não houve registro de soldados mortos ou feridos.
"Eu estava consertando o meu carro do outro lado da rua, quando os americanos começaram a disparar em círculo enquanto tentavam escapar do comboio em chamas", disse Thaer Ibrahim, 30, que ficou ferido.
Dezenas de jovens iraquianos dançavam e aplaudiam enquanto os veículos se incendiavam.
Um pouco mais a oeste, na cidade perto de Beiji, forças americanas prenderam cinco iraquianos após um rápido tiroteio.
Entre a tarde de sábado e a de ontem, o comando de operações registrou 15 ataques contra forças da coalizão liderada pelos EUA -abaixo da media diária de 22.
A maior parte deles ocorreu no "triângulo sunita", que se estende do oeste ao norte de Bagdá. A região era uma importante base política para o partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein.
Em artigo no "New York Times" de ontem, Iyad Allawi, presidente do Conselho de Governo Iraquiano, criticou a decisão dos EUA de dissolver o Exército do país após o término da guerra.
"Isso produziu um vácuo que permitiu o florescimento e a atuação de criminosos e terroristas internacionais", afirmou Allawi.

Carta de Saddam
Uma carta atribuída a Saddam Hussein conclama os chefes das tribos iraquianas a empreender uma "guerra santa" contra as forças de ocupação no Iraque. A carta, datada de 9 de outubro e supostamente assinada pelo ex-ditador, foi distribuída na cidade de Tikrit -seu reduto.
O Paquistão e a Arábia Saudita afirmaram ontem que só enviarão forças de paz ao Iraque após receberem um convite formal do país.


Com agências internacionais


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