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IRAQUE OCUPADO
Carro-bomba explode em Ramadi; coalizão oferece US$ 10 milhões por pistas de ex-assessor de Saddam
EUA atacam alvos de rebeldes com bombas de 900 kg
DA REDAÇÃO
Duas bombas de quase 900 kg
foram lançadas pelas forças americanas na região de Baquba, no
nordeste do Iraque, no fim da noite de anteontem. O ataque faz parte de uma operação contra a resistência iraquiana que teve prosseguimento ontem com o bombardeio de Kirkuk (norte).
Em Ramadi, a oeste de Bagdá,
um carro-bomba explodiu durante a noite perto da casa de um
líder tribal. Um prédio foi parcialmente destruído, mas o número
de mortes provocadas ainda era
desconhecido até o fechamento
desta edição.
A operação americana também
teve desdobramentos em Tikrit,
onde cresceu o ex-ditador Saddam Hussein, e em Bagdá, onde
uma fábrica abandonada supostamente usada pela resistência
voltou a ser bombardeada.
Um porta-voz militar disse que,
ao todo, 55 alvos foram atingidos
durante a noite, mas não divulgou
informações sobre baixas.
Com o lançamento da Operação Martelo de Ferro, nos últimos
dias, os EUA usaram artilharia
pesada, tanques, helicópteros e
caças-bombardeiros contra supostos "campos e esconderijos
terroristas" na região do Triângulo Sunita, que concentra partidários do regime deposto. A campanha segue a intensificação dos
ataques iraquianos que, desde
que o presidente George W. Bush
anunciou o fim dos principais
combates, em 1º de maio, já mataram 179 soldados americanos.
A resistência também tem visado iraquianos que colaboram
com a coalizão anglo-americana.
Em Diwaniyah (sul), Hmud Kadhim, o diretor-geral do Ministério da Educação para a região, foi
morto a tiros por desconhecidos.
Recompensa
Os militares americanos afirmam ter informações de que parte dos ataques contra suas tropas
seria comandada por Izzat Ibrahim al Douri, um dos assessores
mais próximos de Saddam. Depois do ex-ditador, Al Douri é o
principal iraquiano na lista dos 55
mais procurados pelos EUA que
ainda está foragido.
Ontem, o comando americano
estabeleceu uma recompensa de
US$ 10 milhões por informações
que levem à captura de Al Douri,
cuja casa, em Tikrit, foi destruída
nos últimos ataques. Informações
que levem a Saddam valem uma
recompensa de US$ 25 milhões.
O jornal árabe "Al Hayat", publicado em Londres, afirmou ter
recebido um comunicado do extinto partido Baath, ao qual Saddam pertencia. O texto, que promete "libertar o Iraque da ocupação", atribui a resistência a simpatizantes do partido, ex-membros
da Guarda Republicana e "nobres
voluntários árabes".
Em entrevista ao jornal italiano
"Corrieri della Sera", o diplomata
americano Paul Bremer, chefe da
Autoridade Provisória da Coalizão (APC), afirmou que "quase
90% do Iraque está tranquilo,
normal e em paz".
Já Jalal Talabani, o atual presidente do Conselho de Governo
Iraquiano -que responde à
APC-, afirmou em visita à Turquia que a sensação no Iraque é
que os americanos já ficaram
"tempo demais". "Os EUA trouxeram paz e liberdade ao Iraque,
mas estão perdendo a simpatia
dia após dia desde que se tornaram uma força de ocupação", declarou ele à CNN Turquia.
Os EUA pretendem transferir o
poder para uma autoridade interina iraquiana em junho de 2004.
Para obter maior apoio da ONU
-que retirou seus funcionários
estrangeiros do país após sofrer
dois atentados em agosto e setembro-, Washington estuda propor uma resolução ao Conselho
de Segurança do organismo fixando a data da transição.
Com agências internacionais
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