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ARGENTINA
Juiz mantém presa a dona do "Clarín"
DE BUENOS AIRES
O juiz Roberto Marquevich negou ontem pedido da defesa de
Ernestina Herrera de Noble, 77,
para que a empresária, principal
acionista do Grupo Clarín (que
edita o jornal "Clarín"), fosse liberada após prestar depoimento.
Presa na terça-feira passada, De
Noble é acusada de ter usado documentos falsos no processo de
adoção de seus dois filhos, que
têm hoje 26 anos.
A associação Avós da Praça de
Maio denunciou a empresária há
cerca de dez anos, quando afirmava que havia indícios de que as
crianças eram filhos de desaparecidos políticos.
Problemas de saúde
Ontem, ela prestou depoimento
e se declarou inocente. O juiz não
permitiu que De Noble deixasse a
prisão depois de depor. Até o final
da tarde, Marquevich não havia
tomado uma decisão a respeito
do pedido dos advogados para
que a empresária ficasse em prisão domiciliar.
Os advogados argumentam que
De Noble tem problemas de saúde e, além disso, por ter mais de
70 anos, teria direito à prisão domiciliar.
Anteontem, a defesa da empresária já havia tentado evitar a prisão, argumentando que a empresária tem problemas de saúde,
mas o juiz negou o pedido e solicitou que uma junta médica examinasse De Noble.
As representantes das Avós dizem que o juiz "fez o seu trabalho". O Grupo Clarín emitiu nota
em que considera abusiva a prisão.
(MB)
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