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ÁSIA
O liberal Roh Moo-hyun é visto como um renovador, mas a sua vitória pode minar relações entre Seul e Washington
Governista vence eleição sul-coreana
DA REDAÇÃO
O candidato governista Roh
Moo-hyun, 56, liberal e com reputação de ser um político apto a comandar as reformas de que o país
precisa, venceu ontem a eleição
presidencial sul-coreana com pequena margem de votos.
Esse resultado poderá complicar as relações entre a Coréia do
Sul e os EUA por conta de diferenças no que se refere ao tratamento
que deverá ser dado à Coréia do
Norte e a seu programa nuclear.
Segundo os resultados oficiais,
Roh venceu Lee Hoi-chang, 67,
que é o líder da oposição conservadora, por pouco mais de dois
pontos percentuais.
O principal tema da campanha
eleitoral foi o modo como a Coréia do Sul deverá conduzir sua
política em relação à Coréia do
Norte, que se mostra cada vez
mais imprevisível.
"Fracassei novamente em minha tentativa de conquistar a Presidência", declarou Lee. Ele perdeu a eleição ocorrida em 1997
para o atual presidente sul-coreano, Kim Dae-jung.
Roh expressou gratidão e prometeu fazer um governo voltado
para todos os sul-coreanos, "não
apenas para meus simpatizantes".
Ele terá pouco tempo para comemorar sua difícil vitória, já que
terá de enfrentar um Parlamento
dominado pelo partido de Lee,
uma economia cambaleante e o
descontentamento da administração americana com a política
sul-coreana em relação à Coréia
do Norte.
No início de 2002, o presidente
dos EUA, George W. Bush, incluiu a Coréia do Norte, ao lado
do Irã e do Iraque, no que classificou de "eixo do mal".
Apenas 70,2% dos eleitores foram às urnas, o que se tornou a
porcentagem de comparecimento mais baixa da história do país.
O triunfo do Roh, que ficou famoso como advogado trabalhista
e defensor dos direitos humanos,
ocorreu após seu companheiro de
chapa, Chung Mong-joon, trocar
de lado surpreendentemente.
Roh prometeu ser severo com
os grandes conglomerados familiares que controlam a economia
sul-coreana há décadas, e Chung
pertence à família que controla
um dos maiores grupos econômicos do país, a Hyunday.
Na campanha eleitoral, o presidente eleito também prometeu
dar continuidade à aplicação da
Política da Luz Solar -concebida
pelo atual presidente- à Coréia
do Norte. Trata-se de uma política
de reconciliação apesar da instabilidade da Coréia do Norte e da
insistência de Pyongyang em
manter seu programa nuclear.
Mercado financeiro
Prakash Sakpal, economista que
trabalha no banco ING Barings,
em Hong Kong, disse que a vitória
de Roh fora "uma boa notícia".
De acordo com ele, o mercado financeiro acredita que o presidente eleito venha a "dar continuidade às reformas econômicas que o
atual governo começou a fazer".
Os EUA enviaram felicitações a
Roh por sua vitória e disseram esperar que os dois países possam
trabalhar em conjunto no que
concerne à Coréia do Norte.
A campanha de Roh foi marcada pelo antiamericanismo. Ele diz
crer que as relações entre Seul e
Washington devam ser "mais
equilibradas". Mas, para analistas, ele venceu porque representa
a renovação (embora fosse o candidato governista), não o antiamericanismo. Ele deverá assumir
o governo em fevereiro.
Com agências internacionais
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