|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casa Branca confirma que estuda aumento de soldados no Iraque
Bush diz que país precisa de Forças Armadas maiores para "guerra ideológica"
DA REDAÇÃO
O presidente norte-americano, George W. Bush, estuda um
aumento temporário de tropas
norte-americanas no Iraque,
confirmou o porta-voz da Casa
Branca, Tony Snow. Ele negou
que o aumento seja objeto de
uma disputa entre a Casa Branca e o Pentágono, como afirmou ontem o jornal "The Washington Post".
Segundo o "Post", a Casa
Branca faz planos para o envio
de mais 15 mil a 30 mil soldados
-há cerca de 140 mil atualmente no Iraque-, mas os comandantes militares são contrários à proposta.
"Eu acho que as pessoas estão querendo criar uma briga
que não existe. O presidente
pediu aos comandantes militares que considerassem várias
opções", disse o porta-voz.
Em entrevista ontem ao
"Washington Post", Bush disse
que planeja aumentar o tamanho das Forças Armadas americanas. "Estou inclinado a
acreditar que precisamos de
mais tropas, no Exército, na
Marinha", afirmou, acrescentando que encomendou estudos ao novo secretário da Defesa, Robert Gates, nesse sentido.
Segundo ele, mais soldados
serão necessários para a guerra
"contra extremistas islâmicos".
"Esta guerra ideológica em que
estamos vai durar um bom
tempo e precisaremos de Forças Armadas capazes de sustentar nossos esforços e ajudar-nos a chegar à paz."
Depois da derrota na Guerra
do Vietnã, os EUA acabaram
com o serviço militar obrigatório e passaram a enfatizar o uso
da tecnologia bélica -principalmente da Força Aérea-, em
vez dos combates terrestres.
Mas hoje o país tem mais de
400 mil soldados espalhados
pelo mundo, em bases ou em
conflitos, e os especialistas
acreditam que seria difícil encontrar mais soldados disponíveis para o Iraque, caso a Casa
Branca tome essa decisão.
Bush, que desde as eleições
legislativas de novembro vem
sendo pressionado a mudar a
estratégia no Iraque, adiou para o início de 2007 um esperado
anúncio oficial sobre o tema.
Custos e pesquisa
Ontem, o Escritório de Orçamento da Casa Branca previu
que o custo da guerra no Iraque
vai ultrapassar US$110 bilhões
no ano fiscal iniciado em outubro, aproximando-se dos US$
120 bilhões de 2006.
Uma pesquisa da rede de TV
CNN mostrou que o apoio da
população americana à maneira como Bush conduz a guerra
nunca foi tão baixa: apenas 28%
dos americanos a aprovam,
contra 34% em outubro. O número de pessoas que desaprovam as ações no Iraque aumentou: 70%, contra 64% na pesquisa anterior.
Em palestra no Council of
Foreign Relations, ontem, um
dos vice-presidentes iraquianos, Tareq al-Hashemi, afirmou que Bush fez uma "lavagem cerebral" no primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
Segundo Hashemi, Blair havia concordado em estabelecer
uma data para a retirada das
tropas estrangeiras do Iraque.
"Ele prometeu discutir o assunto com o presidente Bush,
mas infelizmente, o presidente
fez uma espécie de lavagem cerebral em Blair."
Em sua última coletiva como
secretário-geral da ONU, Kofi
Annan declarou que o pior momento dos seus dez anos no
cargo foi a invasão norte-americana do Iraque, em 2003.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: Abbas não tem força para impor solução Próximo Texto: Constituinte boliviana vai rever sistema de votação Índice
|