São Paulo, quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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entrevista

"Nós atuamos diretamente com a Presidência"

DA SUCURSAL DO RIO

Doutora em relações internacionais pela PUC-RJ, Eduarda Hamann, coordenadora adjunta do projeto de Operações de Paz do Viva Rio, respondeu por e-mail a perguntas da Folha. Abaixo, os principais trechos: (CA)

 

FOLHA - As críticas que têm sido feitas à atuação das ONGs no Haiti são justas ou injustas?
EDUARDA HAMANN
- Não se pode generalizar. Temos que analisar cada caso. Em alguns casos, claro, as críticas são justas -e algumas ONGs são consideradas por acadêmicos como "ambulance chasing" [caçadoras de ambulância], ou seja, elas vão aonde encontram emergências. Quanto à crítica de que não estão integradas ao projeto de reconstrução de um país, também depende do caso. As ONGs de desenvolvimento (e não as de assistência humanitária, que têm mandato e estrutura diferentes) têm por objetivo o desenvolvimento de médio e longo prazo. Elas podem vir a não cooperar com o governo, ou não incluir o governo em suas decisões, mas com isso correm o risco de não terem legitimidade em algumas de suas ações e, mais que isso, de que suas atividades não sejam sustentáveis.

FOLHA - Qual a relação do Viva Rio com o governo haitiano?
HAMANN
- Atuamos diretamente com a Presidência. Um dos principais assessores de [o presidente René] Préval, Lesly Voltaire, é do Conselho Consultivo do Viva Rio no Haiti.
O projeto Água, Mulher e Saúde é feito em parceria com a Camep (empresa de águas e esgoto); o Bel Air Verde é em parceria com a CNDDR (Comissão Nacional de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração).
O Viva Rio tem parcerias com as Prefeituras de Porto Príncipe, Delmas e Cité Soleil. Também trabalha com a Polícia Nacional.
Um encontro entre policiais e crianças de Bel Air, um evento sobre o trânsito, foi realizado em nosso centro comunitário, no final do ano passado. O objetivo é aproximar o policial da nova geração, tentando de resgatar uma imagem de confiança da corporação, que passa por reforma.


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