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entrevista
"Nós atuamos diretamente com a Presidência"
DA SUCURSAL DO RIO
Doutora em relações internacionais pela PUC-RJ,
Eduarda Hamann, coordenadora adjunta do projeto de
Operações de Paz do Viva
Rio, respondeu por e-mail a
perguntas da Folha.
Abaixo, os principais trechos:
(CA)
FOLHA - As críticas que têm sido
feitas à atuação das ONGs no Haiti são justas ou injustas?
EDUARDA HAMANN - Não se
pode generalizar. Temos que
analisar cada caso.
Em alguns casos, claro, as
críticas são justas -e algumas ONGs são consideradas
por acadêmicos como "ambulance chasing" [caçadoras
de ambulância], ou seja, elas
vão aonde encontram emergências.
Quanto à crítica de que
não estão integradas ao projeto de reconstrução de um
país, também depende do caso. As ONGs de desenvolvimento (e não as de assistência humanitária, que têm
mandato e estrutura diferentes) têm por objetivo o desenvolvimento de médio e
longo prazo.
Elas podem vir a não cooperar com o governo, ou não
incluir o governo em suas decisões, mas com isso correm
o risco de não terem legitimidade em algumas de suas
ações e, mais que isso, de que
suas atividades não sejam
sustentáveis.
FOLHA - Qual a relação do Viva
Rio com o governo haitiano?
HAMANN - Atuamos diretamente com a Presidência.
Um dos principais assessores de [o presidente René]
Préval, Lesly Voltaire, é do
Conselho Consultivo do Viva
Rio no Haiti.
O projeto Água, Mulher e
Saúde é feito em parceria
com a Camep (empresa de
águas e esgoto); o Bel Air
Verde é em parceria com a
CNDDR (Comissão Nacional
de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração).
O Viva Rio tem parcerias
com as Prefeituras de Porto
Príncipe, Delmas e Cité Soleil. Também trabalha com a
Polícia Nacional.
Um encontro entre policiais e crianças de Bel Air, um
evento sobre o trânsito, foi
realizado em nosso centro
comunitário, no final do ano
passado. O objetivo é aproximar o policial da nova geração, tentando de resgatar
uma imagem de confiança da
corporação, que passa por
reforma.
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