SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A BAGDÁ

Os Estados Unidos e o Reino Unido desencadearam a invasão do Iraque por terra e lançaram a segunda leva de ataques aéreos contra Bagdá. Os bombardeios, às 20h05 locais (14h05 em Brasília), atingiram o maior palácio de Saddam Hussein e os ministérios do Planejamento, da Defesa e das Relações Exteriores. O novo ataque, mais poderoso que o inicial, durou dez minutos, e o céu ficou iluminado por defesas antiaéreas. A TV Al Jazeera reportou explosões no norte do país. Como reação, o Iraque lançou ao menos oito mísseis no Kuait.
Mesmo com a invasão e o disparo de mais de 40 mísseis, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, afirmou que o que ainda está por vir "terá força, amplitude e escala que irão além de tudo o que já vimos".
No sul do país ocorreram os primeiros confrontos na ofensiva terrestre, que se dividiu em duas frentes _uma rumo a Bagdá e outra a Basra, um dos principais pontos da região. Foram registradas também as primeiras baixas do lado anglo-americano: a queda de um helicóptero no Kuait matou 16 militares norte-americanos e britânicos. As circunstâncias eram incertas. Outros dois helicópteros caíram. Segundo o Pentágono, por falhas técnicas. O Iraque diz que foram abatidos.
Ninguém teria sido atingido pelo ataque com os mísseis ao Kuait, mas o bombardeio a Bagdá já fez vítimas. A Cruz Vermelha diz que um civil foi morto e 14 ficaram feridos. De acordo com o governo iraquiano, quatro soldados morreram e ao menos quatro se feriram.
A decisão sobre o bombardeio inicial, que tentou atingir Saddam e seus principais comandados, foi tomada seis horas antes de George W. Bush anunciar a guerra, com base em informações da CIA, informa Fernando Canzian. Um alto funcionário americano disse que Bush só considerará a guerra um sucesso se Saddam for "levado à Justiça" ou morto. No front diplomático, a Turquia liberou seu espaço aéreo aos EUA.


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