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CONTRA-ATAQUE
Alvos são região fronteiriça, em que há tropas dos EUA e do Reino Unido, e capital
Iraque lança mísseis contra Kuait
DA REDAÇÃO
Pelo menos nove mísseis, segundo a rede CNN, foram disparados ontem pelo Iraque em direção ao Kuait em represália ao início da ofensiva norte-americana.
Os mísseis tinham como alvo a região na fronteira dos dois países,
ocupada por tropas dos EUA e do
Reino Unido, e a capital kuaitiana, Al Kuait, informaram o governo local e oficiais da coalizão.
Havia divergência acerca do número de mísseis disparados pelas
forças iraquianas. Os relatos da
rede CNN tiveram como fontes
jornalistas que acompanhavam
os militares dos EUA. Até o fechamento desta edição, o governo
kuaitiano confirmava que seis
mísseis tinham alcançado seu território, entre eles dois Scuds
-mais dois artefatos, segundo o
Kuait, teriam caíram no mar, próximo à região de Al Shuaiba, que
concentra uma série de refinarias
e está a 80 km ao sul da capital.
Outras fontes sustentavam que
foram 15 os mísseis lançados pelos iraquianos, em duas ofensivas:
seis pela manhã e nove à tarde.
O pequeno emirado, que divide
uma fronteira de 242 quilômetros
com o Iraque, tem sido um dos
maiores aliados dos norte-americanos no Oriente Médio desde a
Guerra do Golfo, em 1991, quando
os EUA libertaram o Kuait de sete
meses de ocupação iraquiana.
Um dos artefatos (um míssil tático balístico) caiu próximo a uma
posição militar em Mutla, 30 km
ao norte da capital kuaitiana. Soldados britânicos e norte-americanos almoçavam no momento em
que soou a sirene de ataque, seguida de uma ordem para que colocassem suas máscaras antigás e
roupas de proteção. Mas, de acordo com oficiais dos EUA e do
Kuait, não havia indícios de que
os mísseis disparados pelo Iraque
portassem esses agentes.
O míssil que caiu próximo ao
batalhão de infantaria, segundo
os norte-americanos, seria do tipo
Al Samoud 2. Durante as inspeções realizadas pela ONU no Iraque semanas atrás, o chefe dos
inspetores, o sueco Hans Blix ordenou que os Al Samoud 2 fossem
destruídos porque, assim como
algumas versões do Scud, teriam
alcance superior a 150 quilômetros -o que violava o acordo de
desarmamento assinado por Bagdá ao final da Guerra do Golfo.
Ainda durante as inspeções,
Blix admitiu que era questionável
se os iraquianos tivessem de fato
destruído esses mísseis. Nas primeiras horas pós o ataque, as autoridades iraquianas não negaram terem atacado o país vizinho,
mas sustentaram que não mantêm Scuds em seu arsenal. Já no
início da madrugada (de hoje no
Iraque), o comando central militar iraquiano admitiu que disparou ""no mínimo" dois Scuds -e
que foram interceptados.
Na guerra de 1991, os iraquianos
haviam lançado 39 Scuds contra
Israel -até à noite, esse estratégia
não havia se repetido, mas as autoridades israelenses pediram à
população que passasse a portar
máscaras antigás.
O começo
Por volta das 12h30, hora local,
sirenes de alerta soaram em toda a
cidade de Al Kuait, e a programação das TVs foi interrompida para divulgação de alertas para que a
população não circulasse nas
ruas. Escolas, prédios públicos e
outros estabelecimentos fecharam as portas, enquanto o aeroporto do emirado seguiu em funcionamento, embora a maioria
dos vôos tenha sido cancelada.
Mais tarde, o porta-voz do Exército, coronel Youssef al Mullah,
informava que dois mísseis Scuds
foram derrubados por três mísseis do sistema antimíssil Patriot,
instalado pelas forças norte-americanas. E que os demais artefatos
não atingiram áreas povoadas.
Ao longo do dia - até a madrugada no Kuait-, as sirenes de
alerta de ataques ressoaram pelo
menos oito vezes na capital.
Soldados kuaitianos e iraquianos teriam se enfrentado na fronteira, de acordo com chefes militares do Kuait. O confronto ocorreu na parte norte da fronteira, relatou o general kuaitiano Abdel
Rahman al Othman.
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