das agências internacionais

Não é apenas aos judeus que a Igreja Católica deve prestar contas por sua postura frente ao Holocausto. É o que defendem entidades de defesa de ciganos e de homossexuais, minorias também perseguidas pelas forças de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra.
Ontem, a comunidade alemã cigana e a Associação Internacional de Lésbicas e Gays (Ilga, sigla em inglês) enviaram cartas ao Vaticano exigindo que a igreja peça perdão por sua suposta apatia frente à perseguição a essas minorias.
Nesta semana, o Vaticano divulgou documento intitulado "Nós nos recordamos: uma reflexão sobre a Shoah (Holocausto)", no qual reconhece que alguns de seus membros foram omissos ou até mesmo colaboraram com o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
No documento não há qualquer menção a outras vítimas do Holocausto, entre elas negros, ciganos e homossexuais.
"A Igreja Católica guardou silêncio frente ao assassinato de 500 mil ciganos na Holanda, na França, na Itália, na Áustria e no Leste Europeu. E a igreja alemã contribuiu com o genocídio", dizia a carta enviada pelo Conselho Central dos Sinti e Roma, nomes pelos quais se denominam os ciganos.
Segundo a entidade, com sede na Alemanha, a igreja alemã colaborou com os nazistas ao colocar à disposição destes os registros de batismo para que pudessem identificar os ciganos.
Homossexuais
A Ilga afirmou ontem ter iniciado uma "campanha internacional de cartas dirigidas a representantes do Vaticano em todos os países do mundo" pedindo que o Vaticano reconheça ter errado em sua postura frente à perseguição a homossexuais.
Segundo Jordi Petit e Jennifer Wilson, que assinam a carta enviada ontem ao papa João Paulo 2º, o Vaticano deve "elaborar um documento solicitando o perdão pela contribuição ou passividade de vários católicos nas perseguições a gays e lésbicas ao longo da história da Igreja Católica, especialmente durante a Inquisição e o Holocausto".



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