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SAÚDE
Governo diz que irá pressionar os países mais ricos do mundo a fazer mais pelos países africanos devastados pela doença
G-8 faz pouco contra Aids, diz Alemanha
DA REDAÇÃO
O ministro alemão das Relações
Exteriores, Joschka Fischer, disse
ontem que a Alemanha vai pressionar as nações ricas a fazer mais
pelos países africanos devastados
pela Aids. Segundo ele, os governos e a indústria farmacêutica devem agir em conjunto para ajudar
a combater a doença, que já atinge
36 milhões de pessoas no mundo.
Fischer disse que a Alemanha
vai levar a questão à próxima reunião de cúpula do G-8 (grupo formado pelos sete países mais ricos
do mundo e a Rússia), em julho,
na Itália.
A ajuda internacional é fundamental para que o continente africano, com cerca de 26 milhões de
soropositivos, não só adquira medicamentos para reduzir o número de mortes, mas dê início a programas de prevenção da doença.
"As pessoas precisam mudar o
comportamento e praticar sexo
seguro. Não é suficiente oferecer
tratamento para mantê-las vivas",
disse Mark Malloch Brown, coordenador do Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP).
Há uma grande ignorância na
África em relação à Aids, e muitos
governos africanos relutam em
enfrentar a questão por causa de
tabus sexuais ou da falta de capacidade e de recursos financeiros
para lidar com o problema.
Brown acredita que a sessão especial da ONU sobre HIV/Aids,
convocada para junho, em Nova
York, conseguirá sensibilizar tantos os países doadores quanto os
governos africanos.
O coordenador da UNDP acredita que os governos africanos
passarão a assumir um compromisso maior com prevenção e tratamento e que a indústria farmacêutica reduzirá seus preços.
Apesar de os laboratórios terem
retirado anteontem a ação contra
a aquisição de remédios genéricos
mais baratos pela África do Sul, é
pouco provável que o país consiga
oferecer tratamento contra a Aids
à população a curto prazo.
A ministra sul-africana da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang,
visitará a Índia nas próximas semanas para discutir a questão dos
medicamentos com a Cipla, a
maior fabricante de genéricos do
mundo, que ofereceu o coquetel
anti-HIV aos governos africanos
por US$ 600 por paciente ao ano
(um desconto de 40% sobre o preço proposto pelas farmacêuticas).
A ministra deixou claro, no entanto, que o alto custo dos remédios e a falta de infra-estrutura para atender de forma efetiva os soropostivos impedem a compra de
grandes quantidades de medicamentos anti-HIV.
Funcionários do Ministério da
Saúde dizem que o governo sul-africano está comprometido a
combater a doença por meio de
programas de prevenção e de genéricos contra males associados à
Aids, como pneumonia e doenças
sexualmente transmissíveis.
"O uso de medicamentos anti-HIV vai depender de uma decisão
de política por causa dos custos.
Os preços em oferta ainda não estão de acordo com o que é possível", disse Jo-Anne Collinge, porta-voz do Ministério da Saúde
Brasil
A votação, na Organização
Mundial do Comércio, em Genebra, da proposta brasileira para
que todos os pacientes com Aids
tenham acesso a medicamentos
mais baratos foi transferida para
segunda-feira. O projeto, que tem
causado polêmica, considera o
acesso aos medicamentos um direito humano. A proposta tem o
co-patrocínio de 50 países e conta,
na Europa, com apoio dos governos de Itália, França, Bélgica, Portugal, Holanda, Luxemburgo, Espanha e da Irlanda.
Com agências internacionais
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