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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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"Fogo amigo" pode acabar em corte marcial

DA REDAÇÃO

O coronel que preside o processo contra o sargento americano Hasan Akbar, acusado de matar dois companheiros e ferir 15 ao atacar com uma granada um acampamento militar durante a guerra no Iraque, recomendou ontem que o réu seja julgado por uma corte marcial, o que pode culminar com a pena de morte.
"Foi um ataque surpresa e sorrateiro", disse o coronel da reserva Patrick Reinert. A recomendação, feita ao fim das audiências que implicaram Akbar como culpado pelas mortes, ocorridas no Kuait em março, será levada aos comandantes do soldado -a quem cabe indiciá-lo ou não em uma corte marcial. Para Akbar ser condenado à morte, a decisão precisa ser unânime entre os militares que o julgariam.

Fogo inimigo
Das 193 baixas americanas no Iraque desde o início da guerra, em 20 de março, 61 foram em acidentes ou no chamado "fogo amigo" -mortes envolvendo soldados que lutam do mesmo lado.
Já as mortes em ataques iraquianos após ser declarado o fim das operações principais, em 1º de maio, superam 40. Para o chefe da Administração Provisória da Coalizão, o americano Paul Bremer, partidários de Saddam Hussein se aproveitam da incerteza sobre o paradeiro do ex-ditador para intimidar a população do país e atacar as forças americanas.
Ontem, um novo ataque da resistência iraquiana em Fallujah -cidade a oeste de Bagdá considerada um foco de partidários do ex-ditador- feriu dois soldados. Os americanos reagiram a tiros e atingiram um transformador em uma usina elétrica, deixando a cidade parcialmente sem luz. Cerca de 40 iraquianos foram detidos.
Em Bagdá, mais de cem militares participaram do funeral de um soldado morto nesta semana por um franco-atirador. As operações americanas para combater a resistência vêm se intensificando.
Ontem, segundo uma rede de TV árabe, três iraquianos -uma criança, uma mulher e um homem- teriam sido mortos no povoado de Maqarr al Dheeb, perto da fronteira com a Síria, durante um bombardeio americano.
Segundo um pregador xiita, as forças anglo-americanas passaram a prender clérigos em sua campanha de repressão. "A situação está piorando dia após dia, e a coalizão está tão audaciosa que prender clérigos se tornou rotina", disse Kadhim Abbadi.

Urânio
Segundo a edição de ontem da revista "Science", a maior parte do urânio que havia sido roubado de um complexo nuclear iraquiano já teria sido encontrada. No início do mês, uma equipe da AIEA (agência nuclear da ONU) viajou a Tuwaitha para investigar os saques e procurar o material desaparecido durante a guerra.


Com agências internacionais


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