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"Fogo amigo" pode acabar em corte marcial
DA REDAÇÃO
O coronel que preside o processo contra o sargento americano
Hasan Akbar, acusado de matar
dois companheiros e ferir 15 ao
atacar com uma granada um
acampamento militar durante a
guerra no Iraque, recomendou
ontem que o réu seja julgado por
uma corte marcial, o que pode
culminar com a pena de morte.
"Foi um ataque surpresa e sorrateiro", disse o coronel da reserva Patrick Reinert. A recomendação, feita ao fim das audiências
que implicaram Akbar como culpado pelas mortes, ocorridas no
Kuait em março, será levada aos
comandantes do soldado -a
quem cabe indiciá-lo ou não em
uma corte marcial. Para Akbar ser
condenado à morte, a decisão
precisa ser unânime entre os militares que o julgariam.
Fogo inimigo
Das 193 baixas americanas no
Iraque desde o início da guerra,
em 20 de março, 61 foram em acidentes ou no chamado "fogo amigo" -mortes envolvendo soldados que lutam do mesmo lado.
Já as mortes em ataques iraquianos após ser declarado o fim das
operações principais, em 1º de
maio, superam 40. Para o chefe da
Administração Provisória da
Coalizão, o americano Paul Bremer, partidários de Saddam Hussein se aproveitam da incerteza
sobre o paradeiro do ex-ditador
para intimidar a população do
país e atacar as forças americanas.
Ontem, um novo ataque da resistência iraquiana em Fallujah
-cidade a oeste de Bagdá considerada um foco de partidários do
ex-ditador- feriu dois soldados.
Os americanos reagiram a tiros e
atingiram um transformador em
uma usina elétrica, deixando a cidade parcialmente sem luz. Cerca
de 40 iraquianos foram detidos.
Em Bagdá, mais de cem militares participaram do funeral de um
soldado morto nesta semana por
um franco-atirador. As operações
americanas para combater a resistência vêm se intensificando.
Ontem, segundo uma rede de
TV árabe, três iraquianos -uma
criança, uma mulher e um homem- teriam sido mortos no
povoado de Maqarr al Dheeb,
perto da fronteira com a Síria, durante um bombardeio americano.
Segundo um pregador xiita, as
forças anglo-americanas passaram a prender clérigos em sua
campanha de repressão. "A situação está piorando dia após dia, e a
coalizão está tão audaciosa que
prender clérigos se tornou rotina", disse Kadhim Abbadi.
Urânio
Segundo a edição de ontem da
revista "Science", a maior parte
do urânio que havia sido roubado
de um complexo nuclear iraquiano já teria sido encontrada. No
início do mês, uma equipe da
AIEA (agência nuclear da ONU)
viajou a Tuwaitha para investigar
os saques e procurar o material
desaparecido durante a guerra.
Com agências internacionais
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