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Bombardeios pré-guerra prepararam a invasão
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Ataques dos EUA ao Iraque no
ano passado, antes justificados
como punições ao regime de Saddam Hussein por violações nas
zonas de exclusão aérea no país,
serviram na verdade como preparação para a guerra iniciada em
março deste ano.
Os detalhes do plano apareceram em avaliação interna do conflito feita pelo comando militar.
Os objetivos foram confirmados
ao jornal "The New York Times"
pelo chefe da operação aérea da
guerra, o general Michael Moseley. Os ataques, que começaram
no meio de 2002, estenderam-se
até o início deste ano. Oficialmente, serviam como retaliação a
ações do governo iraquiano. O regime estaria desobedecendo a determinação de americanos e britânicos, que patrulhavam os céus
do país para impedir ataques contra opositores xiitas, no sul, e curdos, no norte.
Mas os militares dizem agora
que as retaliações foram focadas
em alvos estratégicos: a rede de fibra ótica usada na comunicação
interna do governo iraquiano,
centros de comando e radares.
"Elas abriram várias opções para o general Franks", afirmou
Moseley ao "Times", referindo-se
ao chefe do Comando Central
americano na época da guerra.
Em 21.736 vôos sobre o sul do
Iraque de junho de 2002 até o início da guerra, foram atacados 349
alvos. Um argumento usado pelo
governo dos EUA à época era o de
que os iraquianos estavam ameaçando mais as patrulhas aéreas.
Mas tanto Franks quanto Moseley acreditavam que era preciso
enfraquecer a defesa aérea iraquiana para facilitar um ataque
posterior.
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