UOL


São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bombardeios pré-guerra prepararam a invasão

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Ataques dos EUA ao Iraque no ano passado, antes justificados como punições ao regime de Saddam Hussein por violações nas zonas de exclusão aérea no país, serviram na verdade como preparação para a guerra iniciada em março deste ano.
Os detalhes do plano apareceram em avaliação interna do conflito feita pelo comando militar. Os objetivos foram confirmados ao jornal "The New York Times" pelo chefe da operação aérea da guerra, o general Michael Moseley. Os ataques, que começaram no meio de 2002, estenderam-se até o início deste ano. Oficialmente, serviam como retaliação a ações do governo iraquiano. O regime estaria desobedecendo a determinação de americanos e britânicos, que patrulhavam os céus do país para impedir ataques contra opositores xiitas, no sul, e curdos, no norte.
Mas os militares dizem agora que as retaliações foram focadas em alvos estratégicos: a rede de fibra ótica usada na comunicação interna do governo iraquiano, centros de comando e radares.
"Elas abriram várias opções para o general Franks", afirmou Moseley ao "Times", referindo-se ao chefe do Comando Central americano na época da guerra.
Em 21.736 vôos sobre o sul do Iraque de junho de 2002 até o início da guerra, foram atacados 349 alvos. Um argumento usado pelo governo dos EUA à época era o de que os iraquianos estavam ameaçando mais as patrulhas aéreas.
Mas tanto Franks quanto Moseley acreditavam que era preciso enfraquecer a defesa aérea iraquiana para facilitar um ataque posterior.

Texto Anterior: EUA têm mais 2 mortos e vêem novo governo em 1 ano
Próximo Texto: Anistia acusa EUA de abusos "muitos severos"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.