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Conhaque é arma no embargo contra o ditador de Pyongyang
GREGORY VISCUSI
TODD ZERANSKI
DA BLOOMBERG
As Nações Unidas afetaram o
ponto nevrálgico de Kim Jong-il ao embargarem a venda de
produtos de luxo apreciados
pelo ditador norte-coreano.
Kim e a classe dirigente norte-coreana gostam de automóveis Mercedes-Benz, conhaque
Hennessy e vinhos franceses,
diz Michael Breen, autor de
"Kim Jong-il, o Querido Governante da Coréia do Norte". Tais
produtos contrastam com a
renda anual per capita de US$
914 no país.
O "Korea Times", da Coréia
do Sul, disse que a Coréia do
Norte gastou US$ 24 milhões
na década de 90 com a importação de relógios e US$ 1,3 milhão
em perfumes franceses. Esses
produtos funcionam como um
instrumento de cooptação.
O embargo decidido pela
ONU sobre bens de luxo se baseou no princípio de que era
preciso punir os governantes e
não o povo empobrecido, diz
Jean-Baptiste Mattei, porta-voz da chancelaria francesa.
A decisão das Nações Unidas
foi adotada no último sábado
pelo Conselho de Segurança,
em resposta ao teste nuclear de
Pyongyang no dia 9 de outubro.
Kim, de 64 anos, sucedeu seu
pai em 1997. As Forças Armadas têm toda a prioridade no
Orçamento, por mais que a crise alimentar de meados dos
anos 90 tenha provocado a
morte de 2 milhões de pessoas.
Segundo a ONU, muitos dos
23 milhões de norte-coreanos
estão cronicamente subnutridos, sem proteínas e gorduras.
Paul Beretz, consultor de
empresas americanas que investem na Ásia, diz que os produtos de luxo são comprados
por Kim e seus próximos por
meio de empresas de fachada,
criadas na China.
Kim possui automóveis Mercedes e uma fortuna pessoal de
US$ 4 bilhões, obtida por meio
do tráfico de drogas e da venda
de mísseis, segundo relatório
da Comissão de Inteligência do
Congresso americano.
Jom Hoare, chefe da representação britânica em Pyongyang entre 2001 e 2002, acredita que o embargo não funcionará, porque as mercadorias de
luxo continuarão a chegar depois de escala na China.
O diplomata grego Adamantios Vassilakis deverá definir o
que é produto de luxo para o
Conselho de Segurança e monitorar essas transações.
Em seu livro, Michael Breen
diz que Kim Jong-il é o maior
cliente individual da fábrica de
conhaque francesa Hennessy,
gastando US$ 700 mil por ano.
O gerente da Hennessy na a
Ásia disse não exportar diretamente para a Coréia do Norte.
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