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EUROPA
Partido antiimigração foi bem em 2002, após líder ser assassinado, mas causou colapso do governo; judeu pode ser novo premiê
Holanda vai às urnas e deve derrotar extrema direita
DA REDAÇÃO
Ao votar hoje na segunda eleição parlamentar em oito meses,
os holandeses deverão descartar o
partido do político de extrema direita Pim Fortuyn (assassinado
em 2002) e reconduzir ao poder
partidos tradicionais para superar
meses de instabilidade num dos
países mais ricos da Europa.
O partido antiimigração de Pim
Fortuyn obteve 26 cadeiras no
Parlamento em maio passado (segunda maior bancada), poucos
dias depois de seu líder sofrer um
atentado fatal, o que provocou intensa comoção no país. Fortuyn
(pronuncia-se Fortein) foi morto
a tiros por um ativista pró-direitos dos animais por motivos até
hoje desconhecidos.
Seu partido, chamado apenas
de Lista Pim Fortuyn e quase inexistente até então, juntou-se aos
democrata-cristãos e liberais para
formar um governo de direita,
que durou apenas 87 dias, devido
a uma disputa entre dois ministros da Lista. Desde então, o grupo viu seu apoio erodir e, segundo
pesquisa, obterá sete vagas hoje.
Segundo analistas, desde a morte de Fortuyn -um sociólogo de
54 anos, homossexual assumido e
carismático, que propunha um
endurecimento das leis de imigração e do combate à criminalidade
e a recuperação dos serviços públicos-, seu partido não achou
um líder popular. E não superou a
imagem de um partido de protesto incapaz de ser governo.
Os favoritos hoje são os trabalhistas, cujo líder, Wouter Bos, é
um ex-executivo da Shell (multinacional de origem holandesa). O
partido esteve no governo por oito anos, mas foi derrotado em
maio. Se vencer, deverá propor
uma coalizão com o atual premiê,
o democrata-cristão Jan Peter
Balkenende (que segue no cargo
apesar do colapso do governo).
Nesse caso, a Holanda terá um
governo de trabalhistas (centro-esquerda) e democrata-cristãos
(centro-direita), ambos partidos
tradicionais, o que sinaliza o desejo da população de eleger um gabinete que não traga surpresas.
Outra opção seria um gabinete
de democrata-cristãos e liberais,
mas os dois partidos não deverão
garantir maioria suficiente.
Segundo pesquisa da TV holandesa Nova, os trabalhistas obterão
42 cadeiras, os democrata-cristãos terão 40 vagas e os liberais,
29. O Parlamento tem 150 vagas.
Há 33% de indecisos.
Premiê judeu
Mas a grande novidade poderá
ser a eleição de um judeu como
premiê. O trabalhista Bos já disse
que não quer o cargo, e seu partido indicou o prefeito de Amsterdã, Job Cohen. Seria a primeira
vez na história que um judeu lideraria a Holanda. Mais de 70% dos
habitantes judeus do país morreram em campos de extermínio
nazistas durante a Segunda Guerra. Entre eles, os avós de Cohen.
A Holanda é uma monarquia
parlamentarista, com 16 milhões
de habitantes. Ocupa o 8º lugar no
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que
mede o desenvolvimento do país
com base na expectativa de vida,
no nível educacional e na renda. O
Brasil ocupa a 73ª posição.
Com agências internacionais
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