Local de batismo de Cristo provoca disputa
do enviado especial
Um dos locais visitados ontem
pelo papa João paulo 2º na Jordânia, Wadi Kharrar, faz parte de
uma das principais disputas por
lugares sagrados na Terra Santa.
A Jordânia afirma que Jesus
Cristo foi batizado em Wadi
Kharrar, junto ao rio Jordão. A
presença do líder católico demonstra que o Vaticano não descarta a possibilidade e evita atritos
enquanto os pesquisadores não
chegam a um consenso.
Já Israel diz que Qasr al Yahud, a
cerca de 1,5 km do local reivindicado pelos jordanianos, é "historicamente autêntico".
A região de Qasr al Yahud, cercada por minas terrestres e arames farpados, fica numa área militar fechada ao público em geral e
pode ser visitada hoje pelo papa,
sem a presença de câmeras de TV.
Israel a conquistou em 1967.
Os palestinos acreditam que o
local, próximo a Jericó (cidade
sob seu controle total), vai integrar um futuro Estado independente. Assim, insistiram em que o
papa passasse por ali, na esperança de atrair peregrinos.
O papa celebrou uma missa para cerca de 60 mil pessoas no Estádio Internacional de Amã, com a
presença de cristãos árabes de
países como Jordânia, Líbano,
Egito e Síria, além de europeus,
africanos e americanos.
Cerca de 5.000 iraquianos foram à missa. Um grupo deles entregou uma carta ao Vaticano pedindo que o papa rezasse pelo fim
do embargo que o Iraque enfrenta
há quase dez anos.
"Será que o papa pode fazer algo por nós? Não há trabalho aqui
e precisamos de comida", disse a
iraquiana Suad Ibrahim, que vive
há sete anos na Jordânia.
A peregrinação histórica começaria com a cidade de Ur (Iraque),
onde nasceu Abraão, segundo a
tradição, mas a viagem foi cancelada. O governo iraquiano disse
que não poderia garantir a segurança do papa por causa das sanções econômicas. No final, o papa
fez uma "peregrinação virtual" a
Ur numa missa realizada no Vaticano.
Na cerimônia em Amã, 2.000
crianças fizeram a primeira comunhão. O papa lhes disse: "Jesus
é seu melhor amigo. Fiquem perto dele e, em sua oração, lembrem-se da igreja e do papa".
(PDF)
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