São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2000


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Ultranacionalista pode sair da corrida

do enviado especial

O líder ultranacionalista Vladimir Jirinovski afirmou ontem que desiste de sua candidatura à Presidência russa se houver consenso sobre um nome de oposição a Vladimir Putin.
Jirinovski, que quase ficou fora da campanha eleitoral por não ter declarado um apartamento pertencente à sua mulher, disse que desistiria em favor de Gennadi Ziuganov (Partido Comunista) ou de Grigori Iavlinksi (Iabloko, partido de orientação liberal).
Jirinovski tem entre 3% e 5% nas últimas pesquisas de intenção de voto, em geral pouco confiáveis na Rússia. Iavlinski tem cerca de 2%. Ziuganov oscila em torno de 10%, sendo a ameaça mais plausível para tirar a vitória no primeiro turno de Putin (entre 50% e 60%).
Mas a semana começou também com uma boa notícia para Putin. O líder do bloco parlamentar SPS (União das Forças de Direita), o ex-vice-premiê Anatoli Tchubais, dissolveu o conselho político da agremiação.
Foi o golpe de misericórdia contra Konstantin Titov, candidato da SPS para presidente, que agora fica sem boa parte dos rublos de sua campanha. Na semana passada, Tchubais já havia matado a candidatura politicamente, ao declarar voto em Putin.
A escolha é pragmática: Tchubais tem um cargo importante no governo, presidindo um misto de Petrobras e Eletrobrás com Conselho Nacional de Desestatização, e não pretende perdê-lo.
Apesar de Titov nunca aparecer com mais de 3% nas pesquisas de intenção de voto, o desmoronamento de sua candidatura pode render mais alguns pontos percentuais para Putin garantir a vitória em primeiro turno.
O presidente segue em sua discreta campanha, que visa evitar ao máximo o desgaste político e tenta maximizar a imagem de "homem de pulso firme".
Mas Putin não faz discursos. Quando questionado sobre suas intenções, divulgou um programa de governo que, na verdade, é uma carta pontual e vaga de intenções. Prefere fazer visitas "no cargo" a cidades do interior, onde o apoio a seu nome é maior -segundo analistas, pelo fato de a TV estatal ser o único contato com o mundo moscovita. (IG)


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