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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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Campos de petróleo no sul são tomados

DA REDAÇÃO

A coalizão liderada pelos EUA já ocupa parte da infra-estrutura petrolífera do sul do Iraque, incluindo o campo de Rumeila, considerada a maior reserva daquela região. A maioria das instalações está intacta, segundo o governo britânico, que também afirma que o Iraque incendiou sete poços de petróleo.
A preservação da infra-estrutura petrolífera é considerada prioritária pela campanha militar liderada pelos EUA. O custo total da operação, que pode beirar os US$ 75 bilhões, deve ser coberto em parte pela venda de petróleo iraquiano, que possui a segunda maior reserva mundial do produto, atrás apenas da vizinha Arábia Saudita. Normalmente, o Iraque responde por 3% da produção mundial.
O campo de Rumeila foi totalmente ocupado por forças terrestres norte-americanas, segundo fonte do governo britânico. Durante a operação, parte da infra-estrutura teria sido danificada, mas sem risco de prejuízos ambientais. Esse campo produz 1,3 milhão de barris por dia, a maior parte escoada pelo terminal de Mina al-Bakr.
Foi durante a operação em Rumeila que os americanos sofreram a primeira baixa em combate.
Segundo críticos à guerra, o principal objetivo da coalizão norte-americana é controlar a produção do petróleo iraquiana.
A maior parte da infra-estrutura petrolífera localizada ao redor de Basra, principal cidade do sul do Iraque, também foi tomada por forças navais norte-americanas e australianas. As instalações estariam intactas.

Faw
No extremo sul do Iraque, forças britânicas já controlam a península de Faw, onde estão localizados vários terminais de exportação de petróleo.
"Se as forças de coalizão tomaram a península de Faw e seus terminais estão intactos, é uma grande conquista. De fato, é mais importante do que impedir do que evitar que poços de petróleo sejam destruídos, disse Leo Drolas, economista-chefe do Centro para o Estudo de Energia Global, em Londres.
Oficiais britânicos informaram também que as instalações petrolíferas da cidade portuária de Umm Quasr, controlada pela coalizão, foram encontradas intactas.
Localizada na fronteira iraquiana com o Kuait, Umm Qasr (460 quilômetros a sudeste de Bagdá) dá às tropas de coalizão uma via de acesso a carregamentos militares e de ajuda humanitária, além de ser estratégico para combater a resistência na região sul.
O governo britânico confirmou que apenas sete poços de petróleo teriam sido incendiados pelos iraquianos. O número inicial dava conta que 30 poços estavam em chamas. O dano é considerado insignificante, já que o Iraque possui 1.685 poços produzindo.

Danos ambientais
"Qualquer tentativa do [presidente do Iraque] Saddam Hussein para despejar óleo no Golfo e criar um desastre ambiental foi demovida", disse o secretário de Defesa britânico, Geoff Hoon.
"Não é apenas uma questão de proteger os campos de petróleo de sabotagem, mas de garantir da melhor forma possível que a infra-estrutura civil norte-americana permaneça intacta", disse Hoon.
O governo britânico disse que não havia informações sobre a situação dos campos de petróleo próximos a Bagdá.
"Nós estamos determinados a não deixar Saddam causar mais danos ainda à população iraquiana por meio de algum tipo de política de terra arrasada", informou um alto funcionário do governo britânico.
Em 1991, o Iraque derramou milhões de litros de petróleo no Golfo Pérsico, provocando sérios danos ambientais à região.


Com agências internacionais


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