São Paulo, segunda-feira, 22 de abril de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Retirada de Nablus e Ramallah encerra o primeiro momento da "guerra ao terror", diz premiê israelense

Sharon anuncia fim de primeira etapa

DA REDAÇÃO

Com a retirada israelense da maior parte das cidades palestinas na Cisjordânia, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse ontem que a primeira fase da "guerra ao terrorismo" estava encerrada. A partir de agora, afirmou, novas táticas serão implementadas.
Israel desocupou Nablus, a maior cidade palestina na Cisjordânia, ontem no início do dia, e quase a totalidade de Ramallah.
Muitos palestinos foram para as ruas comemorar a retirada israelense, em meio a escombros e ruas destruídas na ofensiva iniciada no fim do mês passado.
Porém soldados israelenses continuam presentes nos locais mais voláteis dos territórios palestinos atualmente: o quartel-general do líder palestino Iasser Arafat em Ramallah e a Igreja da Natividade em Belém, onde cerca de 200 palestinos e 50 clérigos estão refugiados.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, que fracassou ao tentar negociar um cessar-fogo durante sua visita ao Oriente Médio na semana passada, disse que Israel deveria amenizar o confinamento de Arafat para dar ao líder palestino a chance de exercer sua autoridade.
Israel afirma que manterá o cerco ao quartel-general de Arafat até quatro militantes palestinos, acusados de terem matado um ministro israelense em outubro, serem entregues para as forças israelenses.
Assessores de Arafat dizem que os acusados estão sob custódia da ANP e serão julgados pela Justiça palestina.
Dentro da Igreja da Natividade, em Belém, a situação estava se agravando, de acordo com um dos clérigos refugiados lá dentro.
"Não há mais comida dentro da igreja tanto para os palestinos como para os padres e freiras", disse o frei Ibrahim. "A eletricidade é intermitente e não há água corrente", afirmou.
Cinco palestinos se entregaram ontem. Israel não soube dizer se eram militantes ou apenas estavam confinados lá dentro. Já os palestinos dizem que eram colaboradores de Israel.
Após mais de três semanas de incursões israelenses em cidades palestinas, Sharon afirmou que a operação que visava militantes palestinos "foi um sucesso".
"Creio que atingimos resultados notáveis. Mesmo assim, a guerra contra o terrorismo continuará. Mas agora utilizaremos métodos diferentes", disse.
O primeiro-ministro não deu detalhes. Anteriormente, porém, ele comentou que zonas de contenção poderiam ser criadas para impedir que palestino atravessem a fronteira da Cisjordânia com Israel. Atualmente os israelenses mantêm uma grande rede de postos de controle e de postos de fiscalização que impede a maior parte dos palestinos de entrar em Israel.
No campo de refugiados de Qalandiya, nos arredores de Ramallah, o Exército de Israel prendeu Nasser Abu Hmeid, 31, integrante do Tanzim, braço armado do Fatah, grupo político de Arafat.
Considerado braço direito de Marwan Barghouti, líder dos Tanzim e supostamente das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, que foi preso semana passada, Hmeid é acusado por Israel de ter envolvimento em atentados contra israelenses.

Reconstrução
O governo dos EUA devem enviar 800 tendas para famílias desabrigadas, equipamentos para purificar a água e kits de primeiro-socorros.


Com agências internacionais

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