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Líder do CNI afirma que tem informações sobre as últimas movimentações do ex-ditador e de seus filhos
Saddam continua no Iraque, diz Chalabi
DA REDAÇÃO
O líder do Congresso Nacional
Iraquiano (CNI), Ahmed Chalabi,
disse ontem em Bagdá que Saddam Hussein continua dentro do
Iraque, mudando-se constantemente de um esconderijo para
outro. Segundo ele, sua organização está rastreando os passos do
ex-ditador com informações conseguidas até 12 horas depois de ele
ter deixado sua última posição.
"Nós temos recebido informações sobre seus movimentos e
também sobre seus filhos [Uday e
Qusay"", disse Chalabi, em entrevista à rádio britânica BBC.
"Nós não podemos localizar
Saddam a ponto de sabermos sua
posição e a hora em que estará lá.
Mas sabemos sobre suas movimentações e sobre os lugares onde esteve com um atraso de 12 a 24
horas. Vamos trabalhar para conseguir mais informações sobre
seus deslocamentos."
Questionado se o ex-ditador estava no país, Chalabi respondeu:
"Sim, ele está no Iraque".
Com as declarações do líder do
CNI, um dos principais grupos de
oposição ao regime de Saddam,
aumentam os indícios de que o
ditador deposto está vivo. Pouco
antes do fim do conflito, especulou-se que Saddam poderia ter
morrido durante forte bombardeio em um de seus esconderijos,
uma casa localizada em bairro residencial da capital iraquiana.
Desde então, surgiram diversos
boatos sobre seu paradeiro. Os
mais fortes davam contam que ele
estaria em Tikrit, sua cidade natal
e último reduto de resistência.
Também circulou as versões de
que estaria refugiado na Embaixada da Rússia ou que teria escapado para a Síria.
Anteontem, o genro de Saddam, Jamal Mustafá Sultan al Tikriti, se rendeu ao CNI, que o entregou aos americanos. Com ele,
se entregou também um dos principais guarda-costas do ex-ditador. Segundo um porta-voz do
CNI, a expectativa é que eles pudessem fornecer informações sobre o paradeiro de Saddam.
O líder do CNI também disse ter
recebido anteontem informações
sobre Qusay, filho caçula do ex-ditador. "Ele foi visto à noite em
Aszamiya [bairro de Bagdá"", disse Chalabi. Exilado do Iraque desde 1958, Chalabi, 57, voltou ao Iraque trazido pelos americanos.
Apesar de negar que esteja buscando um papel de liderança no
Iraque pós-Saddam, ele tem o respaldo do Pentágono.
Sua capacidade de liderança,
entretanto, é questionada dentro
do próprio governo americano. A
CIA e o Departamento de Estado
avaliam que ele tem pouca popularidade no Iraque, mesmo entre
os xiitas, grupo ao qual pertence.
Prioridade
Apesar de o governo americano
afirmar que encontrar Saddam
deixou de ser importante após o
fim de seu regime, sua captura é
tratada como prioridade.
Na lista dos 55 iraquianos mais
procurados divulgada pelos EUA,
o ex-ditador aparece em primeiro. Até agora, apenas oito dessa
lista foram capturados.
Pesquisa de opinião publicada
no final de março pelo jornal
"Washington Post" revela que
49% dos norte-americanos consideram que Saddam deve ser capturado ou morto para que a campanha militar seja considerada
um sucesso.
Até agora, o governo do presidente George W. Bush não conseguiu capturar o terrorista saudita
Osama bin Laden, apesar da campanha militar no Afeganistão. Sua
organização, a Al Qaeda, é apontada como a responsável pelos
atentados de 11 de setembro de
2001 ocorridos nos EUA.
Com agências internacionais
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