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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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Ex-ministro vê FHC como modelo

DE BUENOS AIRES

Surpresa da eleição, Ricardo López Murphy, 52, usa o exemplo brasileiro e diz querer fazer na Argentina reformas parecidas às feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Brasil. Leia a seguir trechos de entrevista que ele concedeu à Folha. (MB)
 
Folha - Seu partido tem menos de um ano e estrutura muito pequena. O sr. pode ganhar as eleições?
Ricardo López Murphy -
Veremos na urna. Mas nosso partido é a força mais parecida com a que tem feito transformações no mundo. Que não nega a realidade, enfrenta os problemas como são. Creio que será uma transformação parecida com a que ocorreu no Brasil no governo de Fernando Henrique Cardoso. Com FHC, se produziu a modernização da política, da gestão econômica, das instituições. O Brasil, após o Plano Real, mudou dramaticamente. Se tornou estável, com regras fiscais e monetárias, gestão moderna da dívida, agenda exterior e educativa, de saúde e de políticas públicas. Não julgo se são boas ou más agendas, mas elas existem.

Folha - Como o sr. planeja fazer todas essas mudanças?
López Murphy -
Com um plano estratégico. A primeira providência é acabar com projetos impossíveis, com esse desejo imaginário de viver como se tivéssemos um nível de renda três ou quatro vezes maior do que temos.

Folha - Como negociará com o Fundo Monetário Internacional?
López Murphy -
Da mesma maneira que fez o governo brasileiro, que tem um acordo com o FMI melhor que o argentino. Um acordo sustentável, com metas factíveis e de prazo mais longo.

Folha - Como será o relacionamento com o Brasil?
López Murphy -
Temos que ter a melhor relação com nossos vizinhos. Os acordos devem ser o mais institucionais possíveis. Ou seja, o Mercosul não pode depender apenas da boa vontade dos presidentes, deve haver pouca margem para arbitrariedade. Hoje temos preços competitivos e temos que aproveitar essa vantagem para nos abrirmos ao mundo. Temos que ter também uma coordenação macroeconômica forte, ao estilo da União Européia. Mas [o bloco] tem que que abarcar todas as áreas: segurança, ambiente, políticas sociais. Uma agenda o mais ampla possível.



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