São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004 |
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GUERRA SEM LIMITES Aliado-chave dos EUA na guerra ao terror, país diz que havia evitado cinco ataques em uma semana Atentado mata quatro na Arábia Saudita
DA REUTERS Um suicida destruiu ontem um prédio das forças de segurança sauditas com um carro-bomba em Riad, capital real da Arábia Saudita, matando quatro pessoas, incluindo dois policiais, e ferindo 148 outras, no que constituiu o primeiro grande ataque a uma propriedade governamental. O atentado ocorreu apenas alguns dias depois que o governo dos EUA exortou seus diplomatas "não-essenciais" a deixar a Arábia Saudita por conta do perigo da ocorrência de um ataque terrorista. O país é um aliado-chave dos EUA e o maior exportador de petróleo do planeta. O governo saudita vem enfrentando uma onda de extremismo islâmico ligado à rede terrorista Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden. Richard Armitage, vice-secretário de Estado dos EUA, conversou com governantes sauditas e condenou o ataque terrorista. Segundo nota do Ministério do Interior Saudita, havia um funcionário público e uma menina síria de 11 anos entre os mortos. Inicialmente, o serviço de segurança saudita falou em dez mortos, incluindo um coronel, "na sexta tentativa de ataque terrorista em uma semana". As cinco outras foram descobertas antes da realização dos atentados, de acordo com autoridades locais. Segundo um funcionário do governo, o coronel Abdulrahman al Saleh morreu no ataque, mas a informação foi negada mais tarde. O regime saudita é um dos mais fechados do mundo. De acordo com o Ministério do Interior, 45 feridos foram medicados e liberados pelos médicos, enquanto três outros estavam em estado crítico. O terrorista suicida tentava chegar perto do prédio público às 14h (horário local), mas foi impedido pelas forças de segurança. Ele decidiu, então, detonar os explosivos que estavam em seu carro, provocando uma enorme explosão, segundo o comunicado do Ministério do Interior. O príncipe Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita, e o príncipe Nayef, ministro do Interior, visitaram os feridos e prometeram punir os autores do atentado. "Esses atos criminosos têm sido cometidos por uma facção mal guiada que será combatida até que esteja totalmente dominada", afirmou o príncipe Abdullah. No ano passado, Riad foi palco de atentados terroristas contra estrangeiros que mataram 52 pessoas. Autoridades sauditas disseram que cinco outros carros com explosivos foram encontrados recentemente. Além disso, na semana passada, supostos extremistas islâmicos mataram ao menos cinco policiais sauditas. Para Bin Laden, cuja cidadania saudita foi revogada, a família real da Arábia Saudita é composta por "traidores do islã" e por "agentes infiéis" ligados aos EUA. Na semana passada, um dos membros sauditas da Al Qaeda mais procurados pelo governo, chamado Abdulaziz al Muqrin, exortou os muçulmanos a matar americanos e a atacar árabes ligados aos EUA. Texto Anterior: EUA prevêem usar mais soldados e dinheiro para manter ocupação Próximo Texto: Extremismo islâmico fomentado pelo regime agora o ameaça Índice |
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