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Chávez lembra ditador Solano López ao cumprimentar ex-bispo por seu triunfo
DE CARACAS
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, evocou ontem o
ditador e herói nacional paraguaio Francisco Solano López
ao cumprimentar, em conversa
telefônica, o recém-eleito Fernando Lugo, já descrito como o
mais novo aliado chavista pela
imprensa oficial venezuelana.
"O presidente Chávez recordou ao presidente eleito, Fernando Lugo, sua admiração pela história heróica do povo paraguaio, digno herdeiro da memória do marechal Francisco
Solano López, e coincidiram na
necessidade de continuar construindo a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) sobre a
base da reivindicação da história da luta de nossos povos", diz
a nota da Chancelaria.
Filho do ditador Carlos Antonio López, Solano López
(1826-70) assumiu o poder em
1862. Dois anos mais tarde,
provocou o conflito mais sangrento da história do continente ao invadir o Brasil e a Argentina. A Guerra do Paraguai terminou em 1870, com dezenas
de milhares de mortos. López,
porém, é considerado um patriota pelos paraguaios.
A nota da Chancelaria diz
ainda que Chávez e Lugo "manifestaram seu desejo de se encontrarem o mais rápido possível para conversar sobre os planos de cooperação e complementaridade". O relato oficial
da conversa não menciona o
Mercosul. O ingresso da Venezuela ainda depende de aprovação do Parlamento paraguaio,
além do brasileiro.
A vitória de Lugo foi amplamente comemorada nos meios
de comunicação estatais. Alguns comentaristas especulavam sobre a entrada do Paraguai na Alba (Alternativa Bolivariana para América Latina e
Caribe), bloco formado por Bolívia, Nicarágua, Cuba, Dominica e Venezuela.
Na semana passada, o presidente paraguaio, Nicanor
Duarte, acusou a Venezuela de
enviar "agitadores" ao seu país
para "turvar as eleições". Caracas negou qualquer envolvimento com o pleito paraguaio.
Outras reações
Outros presidentes latino-americanos felicitaram Lugo
pela sua vitória. Um dos mais
efusivos foi o equatoriano Rafael Correa. "O triunfo do companheiro Fernando Lugo é
mais uma pedra para a sepultura definitiva dos modelos tão
nefastos que vigoraram na região. É uma pedra a mais para a
fundação de uma nova América
Latina, justa, soberana independente e socialista", disse
ele, ao lado da presidente da Argentina, Cristina Fernández de
Kirchner, que fazia visita oficial
ao Equador.
A eleição de Lugo também foi
saudada pelos governos do Chile, do Uruguai e da Nicarágua. A
porta-voz do presidente nicaragüense, Daniel Ortega, disse
que o resultado era uma "vitória do povo paraguaio".
(FM)
Com agências internacionais
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