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Arafat agora diz que aceita plano de paz de Clinton
DA REDAÇÃO
O líder palestino Iasser Arafat disse estar disposto a aceitar
um plano de paz para o Oriente Médio apresentado em dezembro de 2000 pelo então presidente americano, Bill Clinton, em Taba, Egito.
Sua declaração foi publicada ontem pelo diário israelense
"Haaretz". "Estou preparado para aceitar [o plano], com certeza", afirmou o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Segundo o jornalista
Akiva Eldar, Arafat ainda teria endossado todos os pontos do
plano de Clinton, um por um.
Segundo relatos, o plano propunha criar um Estado palestino independente em 95% do
território da Cisjordânia e na
totalidade da faixa de Gaza.
Além disso, os palestinos ganhariam soberania sobre bairros árabes de Jerusalém e no
Monte do Templo, local sagrado para judeus e muçulmanos,
que o chamam de Santuário
Nobre.
A maior concessão exigida de
Arafat era a diminuição de suas
demandas pelo direito de retorno dos cerca de 4 milhões de
refugiados palestinos e descendentes às cidades que tiveram
de abandonar após a criação de
Israel, em 1948.
À época do encontro de Taba,
a Intifada ainda vivia seus primeiros momentos. Os EUA e o
então premiê de Israel, Ehud
Barak, ofereceram ao líder palestino uma proposta que ia
além daquela rejeitada por
Arafat na cúpula de Camp David (EUA), em julho de 2000.
Tentavam interromper a violência e reavivar as negociações
diplomáticas. A delegação palestina aceitou "com profundas
restrições" o plano Clinton.
O diálogo prosseguiu até o
fim de janeiro de 2001, mas foi
suspenso após a derrota de Barak para Ariel Sharon em eleições antecipadas para premiê.
Indagado sobre suas declarações ao "Haaretz", Arafat pareceu confuso, segundo a agência
Reuters: "Clinton? Não há nenhum plano para Clinton."
Seu assessor Nabil Abu Rdeneh afirmou que os palestinos
vêem "positivamente" todas as
iniciativas de paz do passado,
mas salientou que a posição
oficial israelense mudou sob o
comando de Sharon.
"O plano de Clinton não serve como ponto de partida", disse Raanan Gissin, porta-voz de
Sharon. "Isso está fora de questão." Israel exige o fim do terrorismo como condição para retomar o diálogo.
Apesar da grande rivalidade
pessoal, Arafat disse também
acreditar na possibilidade de
selar um acordo de paz com
Sharon. Segundo o líder palestino, o premiê já aceitou desmantelar no passado assentamentos no deserto do Sinai
(Egito), além de ter ajudado a
formular, como chanceler de
Binyamin Netanyahu, os acordos de paz de Wye (1998).
Com agências internacionais
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