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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Síria expulsou filhos de Saddam após a guerra, diz assessor detido

DA REDAÇÃO

Pela primeira vez, um assessor próximo ao ex-ditador Saddam Hussein afirmou que o líder deposto teria sobrevivido aos ataques anglo-americanos ao Iraque. A informação foi recebida com cautela pelos serviços de inteligência dos EUA, que anteontem disseram ter interceptado conversas de oficiais iraquianos dando conta que Saddam estaria vivo.
A imprensa americana informou ontem que o ex-secretário particular de Saddam, Abid Hamid Mahmud al Tikriti, teria dito em interrogatório que dois filhos do ditador deposto, Uday e Qusay, se refugiaram na Síria após a queda de Bagdá, mas foram forçados pelo governo daquele país a retornar ao Iraque. Mahmud -que gozava da confiança plena de Saddam e era o quarto iraquiano mais procurado pelos EUA, até ser preso na segunda-feira- teria acompanhado os dois.
Funcionários do Pentágono, no entanto, ressaltam que, por lealdade ao ex-ditador, Mahmud pode não estar necessariamente dizendo a verdade. Mesmo assim, o depoimento levou os EUA a reorientarem a procura ao ex-ditador. De outras 31 autoridades iraquianas capturadas, nenhuma dissera que Saddam sobrevivera.
Em Bagdá, soldados dos EUA invadiram ontem um prédio utilizado para velórios e apreenderam supostos documentos dos serviços secretos de Saddam. Alguns faziam referência ao programa nuclear iraquiano. Na última semana, foram feitas 90 incursões e interrogados 540 suspeitos. Só ontem foram detidas 22 pessoas.
Em Beirute, a TV libanesa LBC transmitiu um vídeo supostamente feito em Bagdá, no qual um homem mascarado diz representar iraquianos que abominavam Saddam, mas que agora farão de tudo para forçar a retirada de militares americanos. "Mataremos um por um", disse.
Em Washington, o presidente George W. Bush declarou, em sua mensagem radiofônica semanal, que os locais que abrigavam as supostas armas de destruição em massa iraquianas foram saqueados nos dias que precederam a queda de Saddam, o que explicaria o fato de o arsenal não ter sido achado ainda.


Com agências internacionais


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