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Erros em ações aéreas dos EUA já mataram centenas no Afeganistão
DO "THE NEW YORK TIMES"
A ofensiva aérea dos Estados
Unidos no Afeganistão, baseada
em estratégias militares de alta
tecnologia, produziram erros de
alvos que resultaram na morte de
centenas de civis afegãos.
Em 11 locais, em que foram revistos os ataques, a indicação do
comando de guerra americano é
de que cerca de 400 civis tenham
perdido a vida devido a informações equivocadas. Os EUA sabiam do risco, mas preferiram
partir para os ataques aéreos em
vez de operações em terra, que seriam mais precisas.
As regiões que sofreram ataques
aéreos vêm sendo analisadas há
seis meses por grupos de direitos
humanos, que acham que foi usada força excessiva.
A organização americana Global Exchange, que enviou equipes
de investigação a várias cidades
afegãs, diverge das estatísticas oficiais. Segundo ela, 812 civis já
morreram em bombardeios, e esse número deve crescer quando
seus integrantes reunirem dados
de localidades mais remotas.
Dirigentes do Pentágono alegam que a estratégia de manter os
ataques aéreos no Afeganistão visa reprimir forças remanescentes
do Taleban e da Al Qaeda. No entanto, só neste mês, um ataque aéreo atingiu um vilarejo na Província de Oruzgan, deixando pelo
menos 54 civis mortos.
Segundo um porta-voz do presidente do Afeganistão, Hamid
Karzai, seu governo estima que
menos de 500 civis tenham sido
mortos. "Um número considerado baixo, levando em conta a dimensão da ofensiva militar no
país", acrescentou.
Apesar da manifestação de
apoio do presidente, lideres afegãos questionam a investida dos
EUA. "Temos de aumentar o nosso papel de fiscalização. Eu vou
rezar para que os americanos tenham sucesso em suas ofensivas,
mas também não acho que devemos aceitar os seus erros", diz o
chanceler Abdullah Abdullah.
O Pentágono argumenta que as
informações obtidas por lideranças tribais nem sempre são precisas, por conta de décadas de guerra e de rivalidade entre as tribos.
Segundo alguns críticos do Pentágono, o que geralmente acontece é que as forças militares costumam atacar alvos sem saber realmente o que estão combatendo.
"Nós planejamos as ações e tomamos precauções para evitar
ofensivas militares em áreas civis.
Primeiro identificamos os alvos
antes de iniciar qualquer ataque",
diz o porta-voz do Comando
Central dos Estados Unidos, coronel Ray Shepherd.
A ofensiva aérea no Afeganistão
não é a primeira a provocar divergências do tipo. Depois de 78 dias
de ataques aéreos na Iugoslávia,
em 99, a ONG Human Rights
Watch afirmou que pelo menos
500 civis foram mortos.
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