São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Condição seria 48 horas sem atentados, diz chanceler israelense

Israel pode deixar Belém e Hebron

DA REDAÇÃO

O ministro das Relações Exteriores israelense, Shimon Peres, disse que Israel está disposto a retirar as suas forças militares de Hebron e de Belém, na Cisjordânia, caso não aconteçam atentados por um período de 48 horas.
A declaração foi dada ontem, um dia depois de o chanceler se reunir com Saeb Erekat, principal negociador palestino, para estudar formas de amenizar a situação dos palestinos na Cisjordânia. O Exército de Israel ocupa as principais cidades da região desde meados de junho, após onda de atentados contra israelenses.
A retirada do Exército serviria para testar a capacidade de a ANP (Autoridade Nacional Palestina) conseguir controlar a segurança nas duas cidades palestinas.

Deportações
Autoridades israelenses afirmaram ontem que não será possível deportar parentes de homens-bomba, a não ser que eles tenham ligações com os atentados. A afirmação foi feita após críticas da comunidade internacional e parecer do procurador-geral de Israel, contrários à medida.
Na sexta-feira, o governo afirmou que estava considerando a hipótese de deportar para a faixa de Gaza 21 familiares de suicidas palestinos da Cisjordânia que mataram 12 civis em atentados na semana passada.
A Anistia Internacional criticou a possível medida, afirmando que ela fere as leis internacionais. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse "que a autodefesa de Israel não justifica punições coletivas aos palestinos".
Até mesmo o governo dos EUA, principal aliado de Israel, advertiu os israelenses de que ninguém deve ser deportado apenas com base em seus laços familiares.
Ontem o procurador-geral de Israel, Elyakim Rubinstein, divulgou comunicado afirmando que as deportações podem ser implementadas apenas se houver comprovação de vínculo dos parentes com os atentados.
O governo israelense busca sempre agir de acordo com a opinião legal do procurador-geral.
O grupo extremista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah (grupo político de Iasser Arafat), ameaçou matar parentes de políticos israelenses se as deportações forem implementadas.
Uma bomba explodiu ontem sob um trem ferindo o maquinista ao sul de Tel Aviv. Nenhum grupo assumiu a autoria.


Com agências internacionais


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