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FRANÇA
Milhares de turistas e parisienses visitam atração, que se estende por 3,8 km ao longo da margem direita do rio Sena
Brasileiros "invadem" praia inaugurada em Paris
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
Os brasileiros invadiram a nova
"praia" do rio Sena, em Paris,
inaugurada ontem. Eles fizeram
até roda de samba ao longo dos
3,8 km das margens do rio, transformadas em um ambiente parecido ao de beira-mar, com palmeiras, areia, guarda-sóis e quiosques de bebidas e lanches.
No domingo de sol, a abertura
da "praia" atraiu milhares de parisienses e turistas. A atração turística se estende da região da ilha
de Saint-Louis até perto do museu
do Louvre, sempre na margem direita do rio, no centro da cidade.
Ao longo do caminho, o visitante encontra duas "praias" de areia
e duas de grama, onde pode se estender para tomar sol. Também
tem acesso a 22 cabines para trocar de roupa, 300 espreguiçadeiras, 150 guarda-sóis, uma pista de
dança, restaurante e uma série de
diversões, como pesca e golfe.
Mas o visitante não pode se banhar no rio -cuja salubridade foi
considerada média por departamento oficial. Para se refrescar
dos 25 C (temperatura de ontem
ao meio-dia) tem de usar os chuveiros instalados no local.
A "Paris-Plage" (Paris-Praia)
continua o projeto polêmico do
prefeito Bertrand Delanoë de diminuir o trânsito de carros na capital. A atração foi instalada em
parte nas margens do rio e em
parte nas pistas de automóveis, fechadas até 18 de agosto.
A decoração da praia foi concebida pelo coreógrafo Jean-Christophe Choblet, 36. Tudo custou
1,5 milhão. "O ambiente oscila entre a Riviera (francesa) e as Ramblas de Barcelona, com um lado
"As Férias de M. Hulot" (filme de
Jacques Tati)", disse Choblet.
"Não é nenhuma Copacabana,
mas nós vamos dar uma animada
na galera", diz o carioca Fernando
de Amorim, 48, psicanalista que
vive há 12 anos na França. Com o
paulista Glauco Batista de Souza,
37, ele improvisou uma batucada
no local. "Viemos invadir a praia
com nossa musiquinha", diz Souza, funcionário da embaixada
brasileira, há oito anos em Paris.
Eles começam a tocar os instrumentos. Outros brasileiros se envolvem na roda de samba. Os passantes se aproximam, curiosos.
Balançam o corpo, sem jeito. "No
Brasil eles adoram a praia, não?",
pergunta o contador francês Jean-Philippe Vandaele, 27. "A praia
deve fazer parte da cultura brasileira", responde por si mesmo.
Amorim convida as pessoas a
dançar. A reação é pequena.
De longe, a francesa Fabienne,
35, funcionária de um banco francês, observa a festinha brasileira e
balança as pernas. "Quem dera
que aqui fosse o Rio de Janeiro,
está mais para a Côte d'Azur", diz.
A carioca Luciana Abeleira, 32,
empresária, passa bronzeador.
"Paris é muito ligada à arte e à cultura. A cidade precisava de algo
mais descontraído", diz Abeleira,
de férias na Europa.
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