São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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DEFESA

Governo pretende reduzir número de soldados, navios, aviões e tanques

Reino Unido fará cortes militares

DA ASSOCIATED PRESS

O governo britânico anunciou ontem uma reforma das Forças Armadas. A medida vai cortar milhares de postos militares e aposentar navios, tanques e aviões.
O Ministério da Defesa disse que as mudanças vão abrir caminho para a modernização de equipamentos e não irão afetar os 9.000 soldados que estão no Iraque. O ministro Geoff Hoon prometeu investimentos para tornar as Forças Armadas mais avançadas em termos tecnológicos, de forma a poder enfrentar as ameaças do terrorismo internacional e de Estados autoritários.
De acordo com Hoon, as tropas britânicas -atualmente presentes também no Afeganistão, na Bósnia, em Serra Leoa e na Irlanda do Norte- precisam ser capazes de desenvolver "operações múltiplas e simultâneas".

Pressões orçamentárias
O ministro da Defesa disse, no Parlamento, que o Exército vai perder nos próximos três anos quatro batalhões de infantaria, sete esquadrões de tanques Challenger 2 e seis baterias de artilharia pesada. Até 2007, a Marinha Real perderá 12 navios, incluindo três destróieres tipo-42, três fragatas tipo-23 e três navios para desarmamento de minas. No mesmo período, a Força Aérea ficará sem quatro esquadrões e um campo de pouso.
O efetivo da Força Aérea diminuirá de 48,5 mil para 41 mil até 2008, enquanto a Marinha encolherá de 37,5 mil para 36 mil e o Exército, de 108 mil para 102 mil. Segundo o governo, os cortes não ocorrerão nas linhas de frente, mas em "operações de apoio".
Hoon afirmou que o governo investirá 3 bilhões de libras (cerca de R$ 16,5 bilhões) na próxima década na compra de novos helicópteros.
As reformas refletem as pressões orçamentárias que o Ministério da Defesa vem sofrendo. Na semana passada, o ministro das Finanças, Gordon Brown, concedeu um aumento de 1,4% no orçamento da Defesa, mas exigiu cortes de 2,8 bilhões de libras na encomenda de equipamentos e em gastos de apoio até 2007-2008.
No começo do mês, uma comissão parlamentar lançou uma advertência contra a medida, argumentando que as forças britânicas já operam além de suas capacidades.
"Cortar o número de soldados, navios ou aviões não é uma opção sensata", disse Bruce George, da Comissão de Defesa da Câmara dos Comuns.


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