São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000

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Novos choques matam palestino

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Novos choques entre tropas israelenses e militantes palestinos ocorreram ontem nos territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia, ocupados por Israel desde 1967.
Na fronteira entre Israel e Líbano, o Exército israelense entrou em choque contra guerrilheiros que tentavam entrar no país, matando ao menos um deles.
Fontes médicas em Gaza afirmaram que um garoto palestino de 15 anos morreu e pelo menos 50 palestinos ficaram feridos nos choques ontem em vários pontos da região.
Lideranças palestinas haviam convocado um novo Dia da Ira para marcar o início da cúpula árabe, no Cairo.
Pelo menos 200 jovens palestinos lançaram pedras e bombas incendiárias contra um posto militar israelense próximo à colônia judaica de Gush Katif, perto da cidade palestina de Khan Younis, na densamente povoada faixa de Gaza.
"É uma mensagem para a reunião árabe e seus líderes para nunca esquecerem o sangue de nossos mártires", disse Ahmed, 17, pegando uma pedra no chão para atirar contra o posto israelense em Gaza.
Um porta-voz do Exército israelense disse que os soldados usaram balas revestidas de borracha contra os manifestantes que atiravam pedras e munição real contra militantes palestinos que usaram armas de fogo contra eles.
Cerca de 120 pessoas, quase todas palestinas ou árabes israelenses, morreram nos choques iniciados em 28 de setembro, dia em que Ariel Sharon, líder do direitista Likud (maior partido da oposição israelense), visitou a disputada Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, sagrada para muçulmanos e judeus (que a chamam de Monte do Templo).
Acordo verbal de cessar-fogo acertado na terça-feira no Egito entre o premiê israelense, Ehud Barak, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, com intermediação de EUA, Egito, Jordânia e ONU, fracassou anteontem, quando violentos choques deixaram dez palestinos mortos.
Em Ramallah (Cisjordânia), palestinos trocaram disparos com soldados israelenses após o funeral de um dos mortos da sexta-feira.
Em Hebron, palco frequente de conflitos por causa da presença de encraves judaicos no centro histórico da cidade palestina, estudantes atiraram bombas incendiárias e pedras contra soldados israelenses, que responderam usando balas de borracha e bombas de gás.
Israel e palestinos se acusam pelo colapso do cessar-fogo. Barak afirmou anteontem que suspenderá o processo de paz após a reunião de cúpula árabe no Cairo, que termina hoje, se a violência seguir nas áreas palestinas.
O premiê já convidou o Likud para integrar um governo de união nacional, no qual Sharon teria cargo de destaque.
Um tanque israelense disparou contra um campo vazio na cidade palestina de Beit Jalla, na Cisjordânia, perto de Jerusalém.
Disparos feitos de Beit Jalla atingiram por três dias seguidos o bairro judaico de Guilo, em Jerusalém Oriental.

Líbano
O Exército israelense disse que usou mísseis, tanques e helicópteros contra uma tentativa de invasão de guerrilheiros vindos do Líbano, na noite de sexta-feira. Israel afirma que matou ao menos um deles, mas que pode haver mais mortos.
Fontes do Exército israelense disseram que foram encontrados no local dos choques grande quantidade de alimentos e material para fabricação de explosivos, o que poderia indicar que os guerrilheiros estariam planejando atentados em Israel.
A milícia extremista libanesa Hizbollah sequestrou três soldados israelenses na região no início do mês. Mas o grupo xiita disse ontem que não tinha ligação com os combates na fronteira israelense-libanesa na noite de sexta.


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