São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Plebiscito turco adota diretas para presidente

DA ASSOCIATED PRESS

O eleitorado turco decidiu ontem em plebiscito que os futuros presidentes serão eleitos por voto direto e não mais pelo Parlamento. Com mais de dois terços dos votos apurados, cerca de 70% apoiaram o projeto de reforma eleitoral apresentado pelo governo de Ancara.
O clima da votação foi afetado, dizem observadores, pelos confrontos na madrugada do Exército com separatistas curdos, na fronteira com o Iraque.
A abstenção, de 45%, foi bem mais alta que nas eleições legislativas de julho último, quando apenas 20% dos turcos deixaram de votar. Mas dois partidos políticos da oposição que se opunham à reforma lançaram um apelo para o boicote do plebiscito, o que em parte justifica a alta abstenção.

Laicos e muçulmanos
A votação de ontem opunha a tradição laica, interessada em não fortalecer sucessores do muçulmano Abdullah Gul, atual ocupante da Presidência, e os partidários de um islamismo prudente e moderado, que queriam um presidente de agora em diante fortalecido pela legitimidade das urnas.
O Parlamento de início quis mudar em plenário a legislação eleitoral, mas o ex-presidente Ahmed Necdet Sezer, ligado à tradição laica, vetou a manobra, forçando a convocação de um plebiscito.
Com a vitória dos islâmicos em julho, Gul foi reeleito no mês seguinte em eleição indireta. Com o resultado do plebiscito de ontem, os sucessores dele disputarão a chefia de Estado pelo voto popular.

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