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VENEZUELA
Para o governo, opositores mantêm "posição golpista'; OEA havia pedido a grupo para evitar "medidas drásticas"
Oposição a Chávez convoca greve geral para o dia 2
DA REDAÇÃO
A oposição venezuelana convocou ontem uma paralisação geral
para o dia 2 de dezembro para
protestar contra o presidente Hugo Chávez e pedir sua renúncia.
A paralisação foi convocada pela Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV, principal
associação sindical do país) e pela
Fedecámaras (principal associação patronal do país).
As duas entidades são as mesmas que haviam organizado uma
grande greve geral em abril, que
culminou com o golpe frustrado
contra Chávez, após uma megamanifestação em Caracas. Chávez
foi afastado por dois dias da Presidência, mas retornou graças à
ação de simpatizantes civis e militares leais a ele.
O governo rechaçou a convocação da greve e acusou a oposição
de manter posições golpistas. Em
um comunicado lido pela ministra do Trabalho, María Cristina
Iglesias, o governo pediu a manifestação do presidente da OEA
(Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, que está no
país para tentar mediar um diálogo entre governo e oposição.
"Paralisação cívica"
"No próximo dia 2 de dezembro, às 6h, começa essa grande paralisação cívica nacional", afirmou ontem o presidente da CTV,
Carlos Ortega, ladeado pelo presidente da Fedecámaras, Carlos
Fernández, e pelo dirigente político Antonio Ledezma. Fernández
substituiu na presidência da entidade a Pedro Carmona, que tomou o lugar de Chávez nos dois dias em que o presidente esteve
afastado -hoje, Carmona vive
exilado na Colômbia.
Ortega não quis dizer se a paralisação terá duração definida -e
ela pode inclusive ser deflagrada
antes. "Se as circunstâncias, em
um dado momento, nos obrigarem a ordenar a ação para antes
do dia 2 de dezembro, a Coordenação Democrática [associação
de partidos e grupos civis de oposição], a CTV, a Fedecámaras e o
povo da Venezuela iniciaremos a
paralisação antes do dia 2", disse.
Antes do anúncio da greve, Gaviria havia pedido que a oposição
não tomasse atitudes "drásticas"
para não prejudicar o diálogo.
"Espero que não tomem decisões
que signifiquem o fim da mesa de
diálogo", afirmou ele em Caracas,
antes de se reunir com integrantes
da Coordenação Democrática.
A oposição quer a renúncia de
Chávez e a convocação de eleições
antecipadas. No início do mês, a
Coordenação Democrática apresentou à Justiça eleitoral um abaixo-assinado com 1,5 milhão de assinaturas para um referendo para
pedir a renúncia de Chávez.
Chávez, que tem mandato até
2007, rejeita a possibilidade de renunciar e diz que seguirá a Constituição, que só permite a realização de um referendo a partir de
agosto do ano que vem, quando
seu mandato chega à metade.
Com agências internacionais
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