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ORIENTE MÉDIO
Medida serviria para fazer avançar processo de paz num momento em que o premiê sofre críticas e perde apoio
Sharon planeja desmantelar colônias em 2004, diz TV
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, planeja remover algumas colônias judaicas de Gaza e da Cisjordânia até meados de 2004, disse ontem a TV israelense Canal 2.
Comentando a notícia para a
agência Reuters, uma fonte do governo disse: "Existe esse debate,
mas por enquanto só em relação a
Gaza. Muita coisa pode acontecer
até a metade do ano que vem".
A medida seria a maior ação do
governo Sharon em apoio ao novo plano de paz para a região, patrocinado por EUA, União Européia, ONU e Rússia, que prevê o
desmantelamento da estrutura
terrorista palestina e ações de Israel que levem à criação de um Estado palestino.
Segundo a TV, que não especificou quantos assentamentos poderiam ser desmantelados, os colonos seriam transferidos para a
região desértica do Neguev (sul).
A reportagem foi divulgada horas depois de fontes políticas terem anunciado a intenção de Sharon de lançar um pacote de medidas conciliatórias. O objetivo seria
responder a crescentes críticas internas e externas de que seu governo não consegue retomar o
processo de paz e combater o terrorismo palestino eficazmente.
Sharon pretende anunciar sua
iniciativa durante a reunião de cúpula que terá com o primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei,
prevista para os próximos dias.
As medidas foram idealizadas
após as críticas incomumente duras formuladas nesta semana pelo
presidente dos EUA, George W.
Bush, em relação à barreira que
Israel está construindo em território ocupado na Cisjordânia, além
das ameaças de Washington de
reduzir os US$ 9 bilhões em garantias de empréstimos como punição pela construção.
Elas chegam, também, num
momento em que o mais importante general israelense formulou
críticas à maneira como Sharon
vem lidando com o conflito e que
políticos oposicionistas e lideranças palestinas despertaram o interesse do público com o Acordo de
Genebra, uma proposta de paz alternativa. "Sharon não gosta do
vácuo político que se criou, de
modo que quer modificar a situação", comentou uma fonte.
O premiê, que vem insistindo
na necessidade de adoção de medidas intransigentes nas áreas palestinas para impedir a ação dos
terroristas suicidas, falou indiretamente sobre seu novo plano na
quinta-feira, numa conferência
empresarial em Tel Aviv: "Não
excluímos a possibilidade de dar
passos unilaterais".
Um confidente do premiê disse
que ele não revelou detalhes do
plano nem mesmo a seus assessores mais próximos.
O confidente afirmou que as
novas medidas podem incluir um
afrouxamento "humanitário" do
bloqueio militar israelense nas
áreas palestinas, a retirada do
Exército de uma ou mais cidades
da Cisjordânia e a retomada do
desmonte de assentamentos judaicos nos territórios ocupados.
A popularidade de Sharon está
em queda, principalmente por
seu fracasso em encontrar uma
saída para os mais de três anos de
derramamento de sangue da revolta palestina, a Intifada.
Uma pesquisa publicada pelo
jornal "Yedioth Ahronoth" mostrou que 49% dos israelenses concordam -e 41% discordam- de
quatro ex-chefes de segurança
que disseram que o tratamento
que Israel dá aos palestinos é prejudicial aos interesses nacionais
de Israel.
Mas a pesquisa também indicou
que 61% dos entrevistados acham
que a política adotada por Israel
em relação aos palestinos ou é
branda demais ou é correta, e apenas 35% a descrevem como intransigente demais.
Com agências internacionais
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