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PRIMÁRIAS
Democratas e republicanos iniciam amanhã disputa por candidatura presidencial; Gore e Bush são favoritos
Partidos nos EUA escolhem candidatos
MALU GASPAR
de Nova York
Duas convenções partidárias no
pequeno Estado de Iowa, na região central dos Estados Unidos,
iniciam amanhã a corrida dos
partidos para escolher os candidatos que buscam suceder o presidente Bill Clinton.
Até o final de março, oito pretendentes ao posto de candidato
pelos dois principais partidos do
país, o Republicano e o Democrata, estarão concorrendo nas eleições primárias, primeira etapa do
processo eleitoral.
Por esse processo, eleitores norte-americanos poderão votar em
chapas de delegados que apontarão o candidato de cada partido
em suas convenções nacionais,
que ocorrem em agosto.
Como os delegados declaram
antecipadamente com que candidato estão comprometidos, ao final das primárias já se poderá saber quem serão os indicados. As
convenções nacionais acabam só
por ratificar os nomes.
O caráter competitivo das eleições primárias deste ano contrasta com o cenário de 96. Agora, o
número de pré-candidatos é
maior do que há quatro anos. Daquela vez, Clinton não tinha concorrentes, e entre os republicanos,
Bob Dole derrotou com folga Pat
Buchanan.
Neste ano, os favoritos são o vice-presidente, Al Gore, e o governador do Texas e filho do ex-presidente Bush, George W. Bush, republicano.
Por causa da disputa apertada
em alguns Estados, eles terão um
pouco mais de trabalho para ganhar a indicação. Mas as pesquisas divulgadas até agora mostram
que, ao final do processo, os dois
provavelmente estarão se enfrentando pela sucessão de Clinton.
Já o democrata Bill Bradley e o
republicano John McCain, principais concorrentes de Gore e Bush
nas primárias, não têm boa performance no cenário nacional
apesar da vantagem em alguns
Estados. Os dois são senadores
que entraram na política depois
de ficar conhecidos como heróis
-um no basquete e outro na
Guerra do Vietnã.
Eles estão concentrando esforços na criação de um efeito surpresa que possa impulsionar suas
pré-campanhas a ponto de ganharem a indicação. "Toda primária é bastante disputada, mas
não parece que dessa vez Gore e
Bush tenham suas maiorias
ameaçadas", afirma William Mayer, professor de ciência política
da Northeastern University, em
Boston (Costa Leste dos Estados
Unidos).
"Mesmo assim, Bradley e
McCain só concorrem porque
acreditam que o jogo possa virar e
fatos novos venham a ocorrer.
Não podemos nos esquecer que,
quando Bill Clinton disputou
uma primária pela primeira vez,
ele era um obscuro governador de
Arkansas e acabou ganhando a
indicação", completa Mayer.
A avaliação é a mesma do professor da Universidade de Rochester Ross Baker, para quem é
muito difícil disputar com o apoio
do presidente Clinton, do lado de
Gore, e a rica campanha eleitoral
do governador do Texas.
"Surpresas acontecem, mas Gore e Bush são incomparavelmente
mais fortes que os outros", afirma
Baker.
As primárias de Iowa e a de New
Hampshire, que acontecem nos
próximos dias, são consideradas
importantes para dar fôlego à
campanha. Tanto assim que John
McCain passou as últimas semanas só fazendo campanha em
New Hampshire.
Favoritismo
No cenário nacional, as pesquisas de opinião indicam Bush como favorito.
Mas, depois de oito anos de governo Clinton, com a economia
do país crescendo sem parar durante esse período e o desemprego em baixa, os analistas consideram muito difícil haver mudanças
significativas na próxima Presidência, mesmo que Bush saia
vencedor nas eleições do próximo
dia 7 de novembro.
"Os norte-americanos estão
muito cautelosos, querem evitar
mudanças radicais, e os candidatos sentem isso. Gore representaria um pouco mais da mesma política, mas Bush é conservador o
bastante para não fazer grandes
mudanças", afirma Baker.
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