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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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Forças americanas estão prontas, diz comandante

DA REDAÇÃO

As forças americanas na região do Golfo já estão preparadas para uma guerra contra o Iraque. Porém, se preciso, podem esperar meses em estado de alerta, afirmou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, o general Richard Myers.
Na mesma entrevista, em Washington, Myers disse haver sinais de inquietação entre importantes autoridades do regime do ditador Saddam Hussein.
"Estamos prontos agora. O regime iraquiano não deve ter dúvida sobre isso", afirmou o general. Ele acrescentou que as forças americanas podem permanecer por meses na região, por meio de um rodízio dos soldados, caso o presidente George W. Bush opte por manter os canais diplomáticos por mais algum tempo.
Para Myers, a mobilização das tropas americanas no Golfo está sendo satisfatória, mas preferiu não entrar em detalhes.
O general disse ainda que os serviços de inteligência dos EUA têm detectado indicações de "mal-estar" entre autoridades iraquianas diante de um possível ataque americano ao país.
"Há sinais de que algumas das principais autoridades do regime do ditador Saddam Hussein estão inquietas com a situação. Mas são apenas pistas", afirmou o chefe das Forças Armadas.
Recusando-se a fornecer detalhes ou afirmar como Washington obteve essas pistas, o general disse apenas que foram registrados pequenos movimentos de tropas no Iraque, mas nada anormal e "nada que mostre que a hierarquia militar não esteja respeitando ordens".
Anteontem, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, havia dito que a pressão militar sobre Bagdá já estava causando efeitos no círculo de poder de Saddam.
O Pentágono afirmou ontem que mais 20 mil membros da Guarda Nacional e da reserva foram convocados, aumentando para 78.906 o número de homens mobilizados para uma possível ofensiva contra o Iraque.
Assessores do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, deram indicações de que mais soldados podem ser enviados para o Golfo.
O porta-aviões USS Constellation já está operando na região. O USS Harry Truman permanece no mar Mediterrâneo. Dois outros porta-aviões devem seguir para a região do Iraque nas próximas semanas.
Myers afirmou que ninguém deve assumir a possibilidade de que os EUA não iniciariam um ataque em abril ou maio, pois temeriam os efeitos do verão na região, que começa em junho.
"Não. O clima não é um fator. Já discutimos muito sobre isso", afirmou o general americano.
Segundo ele, o combate pode ser dificultado, especialmente se os americanos tiverem de usar roupas especiais que os protegem de armas químicas ou biológicas, mas o clima na região no meio do ano não impedirá uma ação militar no Iraque, afirmou ele.


Com agências internacionais


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