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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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TRAGÉDIA

Pelo menos 300 pessoas ficaram feridas no oeste do país; buscas por sobreviventes continuavam ontem à noite

Terremoto mata ao menos 28 no México

Bernardo de Niz/Reuters
Moradores da cidade de Colima andam em meio à destruição


DA REDAÇÃO

Um terremoto de 7,6 graus na escala Richter que atingiu o México anteontem à noite matou ao menos 28 pessoas. Equipes de regaste continuavam as buscas entre destroços de construções no oeste do país ontem à noite.
Em Tecoman, no Estado de Colima, um homem de 90 anos morreu quando um poste de luz caiu sobre ele. Em Zapotitlan, no Estado de Jalisco, uma menina de um ano morreu no desabamento do teto de uma construção.
Pelo menos 300 pessoas ficaram feridas, informou o governo ontem. "De repente, a casa desabou, e eu fiquei debaixo de uma parede", afirmou Doris Janet Robles, 17, que mora em Colima e participava de um encontro de oração na casa de um parente quando ocorreu o terremoto.
"Estava sufocando até meu irmão conseguir me salvar", disse Robles, que continuava em um hospital universitário com contusões múltiplas.
Na cidade de Guadalajara, a segunda maior do México, os sinos de uma das antigas igrejas locais caíram, e dezenas de casas desabaram.
Terremotos são traumáticos para a Cidade do México -em setembro de 1985, um sismo de 8,1 graus matou cerca de 10 mil pessoas. O tremor de anteontem foi de grandes proporções, de acordo com a escala Richter. Um sismo que registre entre 7 e 7,9 graus é considerado intenso e com potencial de causar destruição em grandes extensões -em janeiro de 2001, um tremor nessa faixa (7,9 graus) deixou cerca de 2.000 mortos na Índia.

Cidade do México
O terremoto também se fez sentir na Cidade do México, que fica a 500 km do epicentro. Moradores aterrorizados saíram às ruas, mas houve poucos danos na capital mexicana. Já em Colima, ao menos 166 casas foram destruídas.
Maria Elena Ramirez, 47, foi retirada do local que antes abrigava sua casa com seu filho de sete anos, Jesus Martin. Ambos haviam sido soterrados enquanto jantavam.
"Fomos soterrados, ficamos gritando por ajuda, mas ninguém conseguiu nos resgatar até que algumas pessoas que passavam pelo local de carro pararam e retiraram os destroços", disse Ramirez, que estava sendo tratada com ferimentos múltiplos em um hospital de Colima.
"A destruição deixou a cidade como uma área de guerra, com paredes derrubadas e ruas bloqueadas pelos destroços", afirmou Enrique de Jesus Rivera, membro da Cruz Vermelha.
"Já recebemos mais de cem pessoas para tratamento, algumas com fraturas e umas poucas com ferimentos muito graves", informou Tomas Castillo, da Cruz Vermelha em Colima.
O governo declarou estado de emergência em Colima. O Exército mexicano enviou dezenas de médicos, engenheiro e técnicos em comunicação para a região. O presidente Vicente Fox planejava visitar o local ainda ontem.

Com agências internacionais


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