DA REDAÇÃO

O governo colombiano e as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal grupo paramilitar de direita do país, iniciaram ontem o primeiro diálogo formal de paz, num fato sem precedentes em quatro décadas de guerra civil.
Segundo o porta-voz da Presidência, Ricardo Galán, uma comissão do governo e os líderes das AUC se encontraram ontem em algum lugar ao norte do país, com o acompanhamento de bispos católicos colombianos.
O grupo discutiria inicialmente a desmobilização dos cerca de 10 mil combatentes das AUC, a libertação de sequestrados pelo grupo e o fim do recrutamento de menores de idade. A primeira rodada de conversações está prevista para terminar hoje.
Antes de viajar ao local do encontro, o bispo católico Julio César Vidal disse estar "muito feliz". "Devemos orar ao Senhor e dar o melhor de cada um de nós para que tenhamos uma reconciliação nacional verdadeira", disse.
As AUC são acusadas de inúmeros casos de massacres contra populações civis nos últimos anos. Seus dois principais líderes, Carlos Castaño e Salvatore Mancuso, têm pedidos de extradição feitos pelos EUA, por tráfico internacional de drogas e terrorismo.
Durante a campanha eleitoral, no ano passado, o presidente Álvaro Uribe negou acusações de ligações com grupos paramilitares.
Segundo a imprensa colombiana, Castaño admitiu anteontem que as AUC tinham em seu poder três jornalistas americanos que haviam desaparecido no sábado na fronteira com o Panamá.