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Extrema direita cresce na Europa
DA REDAÇÃO
A chegada do líder francês de
extrema direita Jean-Marie Le
Pen ao segundo turno reforça
uma tendência que já vinha se espalhando na Europa ocidental.
Explorando temores com relação à criminalidade, à imigração e
à perda da identidade nacional
com a União Européia, partidos
de extrema direita já fazem parte
do governo de países importantes. É o caso, por exemplo, de Itália, Áustria, Dinamarca e Noruega
(veja quadro nesta página). Outras duas nações com eleições este
ano, Alemanha e Holanda, podem ser as próximas da lista.
"A direita e a extrema direita
têm claramente conseguido explorar questões para as quais a esquerda não tem resposta -migração e crime", disse Heather
Grabbe, do Centro para Reforma
Européia de Londres.
O efeito dos atentados de 11 de
setembro é outro fator usado por
analistas para explicar a guinada à
direita. A ameaça terrorista legitima o discurso dos que defendem
controles contra a imigração,
principalmente de muçulmanos.
Embora preocupante para a esquerda e a social democracia, vale
destacar que, até agora, os partidos de extrema direita não chegaram ao poder, apenas ajudaram a
sustentar a direita liberal.
O caso clássico foi o austríaco.
Em 1999, o xenófobo Partido da
Liberdade, de Jörg Haider, obteve
quase 30% dos votos. Credenciou-se como principal parceiro
na coalizão liderada pelo premiê
de direita Wolfgang Schuessel.
Pela primeira vez desde a Segunda Guerra um país europeu teve a
extrema direita no governo.
A União Européia (UE) anunciou sanções contra a Áustria,
tentando isolar um de seus membros que caminhava numa direção indesejada, mas depois suspendeu o boicote. A França, surpreendida pela chegada de Le Pen
ao segundo turno, era um dos países que mais pressionavam pelo
isolamento da Áustria.
Haider disse que o sucesso de Le
Pen se deveu a um voto de não
confiança aos tradicionais políticos franceses e demonstra que as
atitudes em relação à imigração
estão mudando.
"Qualquer pessoa que dê declarações contra a excessiva e descontrolada política de imigração, ou contra os abusos de leis que
concedem asilo, dentro de um cenário de centro-direita, imediatamente é chamado de extremista", afirmou Haider.
"Mas, conforme o tempo passa,
os cidadão não estão se importando com essa denominação."
O líder ultranacionalista russo
Vladimir Zhirinovski disse à
agência de notícias russa Interfax
que o avanço de Le Pen é uma
prova de que muitos países estão
rumando para a direita.
"As pessoas estão cansadas dessa democracia frouxa, que permite o crescimento da criminalidade e da imigração em larga escala",
disse Zhirinovski. O ultranacionalista enviou um telegrama de
felicitação a Le Pen por sua ida ao
segundo turno.
Com agências internacionais
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