São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 2002

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MULTIMÍDIA

Imprensa européia reage com choque

DA REDAÇÃO

"Terremoto". Manchete dos jornais franceses "le Figaro" e "Les Echos", essa foi a palavra mais usada pela imprensa européia para descrever a passagem de Jean-Marie Le Pen, de extrema direita, para o segundo turno das eleições presidenciais na França.
A capa do "Libération", de esquerda, foi usada como cartaz por franceses protestando contra a vitória da extrema direita: sobre um fundo preto e acima de uma foto de Le Pen, um enorme "Não".
"A França, que até ontem dava lições à Áustria de Haider ou à Itália de Berlusconi, hoje acordou de ressaca", disse o "Le Monde".
No resto da Europa, a reação também foi de surpresa. O espanhol "El País" deu manchete para a "catastrófica" vitória de Le Pen. Segundo o jornal, "a mensagem de Chirac e de Jospin foi tão parecida que só os estudiosos podiam distinguir entre as promessas de um populista de direita e as de um centro-esquerdista ortodoxo".
Em seu editorial, o inglês "The Times" afirma que a vitória da extrema direita no primeiro turno é uma "condenação das leis eleitorais" francesas: "A França só pode culpar a si mesma se a escolha agora é entre a direita e a extrema direita. Os eleitores deveriam estar chocados com o que fizeram".
O italiano "Corriere della Sera" enfatiza em seu editorial a derrota de Lionel Jospin. Sob o título "O funcionário que não conseguiu se fazer amar", o diário descreve o candidato de centro-esquerda como um homem a quem faltava ambição pelo poder, e que se retirou da política como "um professor vaiado, ao fim de uma aula que os alunos não entenderam ou não apreciaram".



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