São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 2002

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Imigrantes e judeus sentem inquietação

DA REDAÇÃO

Imigrantes e judeus mostraram-se preocupados com sua segurança após o resultado das eleições de anteontem. Os imigrantes temem que, com o número crescente de crimes, Jean-Marie Le Pen transforme-os em bode expiatório. Durante décadas Le Pen tem sido contrário à imigração e responsabiliza os imigrantes pelo recente aumento da criminalidade na França, que foi um dos principais temas da campanha.
"O resultado é muito perigoso", disse o argelino Amrouche Ali, no subúrbio de Saint-Denis. A França tem a maior população muçulmana da Europa, entre 6 milhões e 8 milhões de pessoas.
A comunidade judaica francesa também expressou seu temor com a votação de Le Pen, que, em 1987, minimizou o Holocausto (o extermínio de 6 milhões de judeus europeus pelos nazistas) ao dizer no rádio que as câmaras de gás eram "um detalhe na história da Segunda Guerra Mundial [1939-45"".
Líderes da comunidade judaica ressaltaram que o avanço da extrema direita ocorre junto com uma onda de ataques anti-semitas atribuídos a extremistas islâmicos e ligados à violência no Oriente Médio. "Uma vitória de Chirac contra Le Pen, influenciado pela direita xenófoba, pode deixar a comunidade judaica encurralada entre extremistas islâmicos e uma extrema direita revitalizada e anti-semita", disse Shimon Samuels, do Centro Simon Weisenthal em Paris.


Com agências internacionais


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