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"Assalto não resolve os problemas russos"
IGOR GIELOW
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA
O presidente russo, Vladimir
Putin, não pode querer resolver
todos os problemas do país ""por
meio do assalto". A opinião é do
presidente do Conselho da Federação (a câmara alta do Parlamento), Iegor Stroiev, 63.
O comentário foi feito à Folha,
que perguntou a Stroiev qual sua
impressão sobre a ação de agentes
de segurança de Putin contra escritórios do conglomerado Media-Most, que inclui a segunda
maior TV russa, jornais e rádios.
Leia a seguir trechos da entrevista, concedida por e-mail enviado por meio da agência RIA-Novosti, que traduziu o texto.
Folha - Como o sr. avalia os primeiros dias da gestão Putin?
Iegor Stroiev - No decurso dos
últimos dez anos, foi criada uma
estrutura do poder, mas o próprio
sistema não foi formado. As contradições entre os diferentes ramos do poder chegaram a um
ponto crítico, enquanto a linha estratégica de desenvolvimento
econômico e social não chegou a
ser determinada.
A única coisa evidente foi o
abandono do sistema de planificação da economia e a adoção das
relações de mercado, processo
que, todavia, não foi elaborado
detalhadamente. Os primeiros
dias de Putin foram caraterizados
pela intenção de criar um aparelho de poder eficiente.
Folha - Quais são as perspectivas
sobre as relações de Putin com o
Parlamento?
Stroiev - O desejo do presidente
de reforçar o poder no país é
apoiado no Conselho da Federação. A nossa Câmara destaca há
muito tempo a necessidade de
adoção de tais passos, já que o sistema do poder ficou enfraquecido
e cheio de contradições.
Folha - Qual sua impressão da recente ação do FSB (Serviço Federal
de Segurança) contra escritórios do
conglomerado Media-Most?
Stroiev - Devemos respeitar e
defender os direitos do homem, é
claro. Devemos fazê-lo em conformidade com a lei. Não penso
que os problemas possam ser resolvidos por meio de um assalto.
Folha - Qual o principal desafio
para a Rússia hoje?
Stroiev - Nossos antepassados
deixaram-nos um vasto território. Devemos deixar aos nossos filhos um Estado uno, com uma via
de desenvolvimento econômico.
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