São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2000


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"Assalto não resolve os problemas russos"

IGOR GIELOW
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente russo, Vladimir Putin, não pode querer resolver todos os problemas do país ""por meio do assalto". A opinião é do presidente do Conselho da Federação (a câmara alta do Parlamento), Iegor Stroiev, 63.
O comentário foi feito à Folha, que perguntou a Stroiev qual sua impressão sobre a ação de agentes de segurança de Putin contra escritórios do conglomerado Media-Most, que inclui a segunda maior TV russa, jornais e rádios.
Leia a seguir trechos da entrevista, concedida por e-mail enviado por meio da agência RIA-Novosti, que traduziu o texto.

Folha - Como o sr. avalia os primeiros dias da gestão Putin?
Iegor Stroiev -
No decurso dos últimos dez anos, foi criada uma estrutura do poder, mas o próprio sistema não foi formado. As contradições entre os diferentes ramos do poder chegaram a um ponto crítico, enquanto a linha estratégica de desenvolvimento econômico e social não chegou a ser determinada.
A única coisa evidente foi o abandono do sistema de planificação da economia e a adoção das relações de mercado, processo que, todavia, não foi elaborado detalhadamente. Os primeiros dias de Putin foram caraterizados pela intenção de criar um aparelho de poder eficiente.

Folha - Quais são as perspectivas sobre as relações de Putin com o Parlamento?
Stroiev -
O desejo do presidente de reforçar o poder no país é apoiado no Conselho da Federação. A nossa Câmara destaca há muito tempo a necessidade de adoção de tais passos, já que o sistema do poder ficou enfraquecido e cheio de contradições.

Folha - Qual sua impressão da recente ação do FSB (Serviço Federal de Segurança) contra escritórios do conglomerado Media-Most?
Stroiev -
Devemos respeitar e defender os direitos do homem, é claro. Devemos fazê-lo em conformidade com a lei. Não penso que os problemas possam ser resolvidos por meio de um assalto.

Folha - Qual o principal desafio para a Rússia hoje?
Stroiev -
Nossos antepassados deixaram-nos um vasto território. Devemos deixar aos nossos filhos um Estado uno, com uma via de desenvolvimento econômico.


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