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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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Iraque pode retomar exportação de petróleo em até duas semanas

Patrick Baz/France Presse
Soldados norte-americanos observam pôster enquanto patrulham rua da capital iraquiana, Bagdá


DA REDAÇÃO

Com a suspensão, pela ONU, das sanções econômicas contra o Iraque, o país deve voltar a exportar petróleo em até duas semanas, segundo o Ministério do Petróleo iraquiano. A expectativa é que a retomada reverta a escalada de preços nos últimos meses -a alta entre 2 de janeiro e 10 de março, dez dias antes do conflito, chegou a 26% em Nova York.
Enquanto a previsão da Autoridade que controla o Iraque é de que a exportação seja restabelecida dentro de "algumas semanas", Thamir Ghadhban, do Ministério do Petróleo iraquiano, acredita que esse prazo chegaria a, no máximo, duas semanas.
Ghadhban fez a projeção em uma entrevista publicada ontem pelo jornal britânico "Financial Times". Segundo ele, seria necessária uma semana para receber os pedidos e outra para levar petroleiros ao Iraque.
Imediatamente, o Iraque conta com cerca de 8 milhões de barris estocados no porto de Ceyhan (Turquia). Não se sabe, entretanto, qual será o volume exportado logo na retomada das vendas, após dois meses e meio de suspensão das exportações.
Ghadhban disse ao "Financial Times" que seriam 600 mil barris diários. Já as autoridades americanas no país prevêem uma produção diária de 300 mil barris. Antes da guerra, o Iraque exportava 1,7 milhão de barris por dia.
A receita da exportação -estimada em US$ 20 bilhões anuais sob capacidade plena- será revertida para o Fundo de Desenvolvimento para o Iraque, destinado à reconstrução do país.

Queda de preço
Com a vazão do petróleo iraquiano, o preço do produto só não deve desabar porque a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) deve reduzir sua produção a partir de junho.
As sanções, impostas após a invasão do Kuait em 1990, cortaram pela metade a quantidade de petróleo exportada pelo Iraque -de 3,5 milhões de barris diários para 1,7 milhão. Assim, o país era apenas o oitavo exportador do produto, com 4% da produção mundial, mesmo possuindo a segunda maior reserva.
Com o fim das sanções, o petróleo iraquiano deixa de ter sua exportação limitada e passa a ser negociado a preço de mercado.
Ontem, o barril do tipo mais negociado em Nova York, que, em 10 de março, valia US$ 36,33, fechou a US$ 28,85 -18 centavos de dólar abaixo de quarta-feira. Durante o dia, a queda chegou a 65 centavos.


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