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IRÃ NA MIRA
Londres pede a Teerã a libertação dos militares
Irã exibe na TV britânicos detidos por invasão, mas admite libertá-los
DA REDAÇÃO
O governo do Irã disse ontem
que poderá libertar os oito integrantes da Marinha Real britânica
acusados de invadir suas águas
territoriais se, em interrogatório,
eles provarem que não sabiam
que estavam fazendo algo ilegal.
A declaração representa um recuo da posição expressa algumas
horas antes, segundo a qual os
prisioneiros seriam julgados.
Três dos prisioneiros foram
mostrados ontem à noite na TV
estatal do Irã. Um deles leu um
texto no qual se desculpava por
ter inadvertidamente entrado em
águas iranianas.
A emissora mostrou os botes
que eles utilizaram. "Os marinheiros serão libertados se admitirem que não foram mal-intencionados", disse um porta-voz
militar, general Ali Reza Afshar.
Pela manhã, a mesma TV mostrou os prisioneiros sentados no
chão e com os olhos vendados.
Eles foram capturados na via
aquática de Shatt al Arab, situada
entre o Irã e o Iraque e freqüentemente patrulhada pelos britânicos para conter a entrada de contrabandistas e extremistas xiitas.
O chanceler britânico, Jack
Straw, telefonou para seu colega
iraniano, Kamal Kharrazi, e pediu
que os militares britânicos fossem
libertados. Um assessor de Straw
disse que seu país estava "muito
preocupado" com a forma humilhante como os militares foram
mostrados na TV.
Segundo o jornal "The Independent", as mensagens contraditórias de Teerã refletem um
conflito interno no regime islâmico. De um lado, os ministérios da
Defesa e das Relações Exteriores,
que querem encerrar o incidente.
De outro, a ala radical do clero e a
Guarda Revolucionária, que têm
interesse em acirrar as tensões.
O Reino Unido, ao lado da
França e da Alemanha, estava se
aproximando do Irã para tirá-lo
do isolamento internacional. Mas
recuou quando a Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA), órgão da ONU, criticou o
país por conta de informações incompletas e contraditórias sobre
os propósitos de seu programa
nuclear.
Os EUA suspeitam que, com base em material ilegalmente comprado do Paquistão, o Irã tenha,
além de um programa nuclear pacífico, um projeto militar cujo objetivo é a fabricação de armas.
Com agências internacionais
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