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SAÚDE
Pesquisa médica feita ao longo de 50 anos afirma que parar de fumar aumenta consideravelmente a expectativa de vida
Fumante perde 10 anos de vida, diz estudo
DA REDAÇÃO
Fumantes morrem, em média,
dez anos mais cedo do que pessoas que não fumam, mas parar
de fumar, mesmo aos 50 anos de
idade, pode diminuir o risco pela
metade, segundo a mais longa
pesquisa já feita sobre o tema, que
foi divulgada ontem.
As descobertas do estudo sobre
os perigos do tabaco, feito ao longo dos últimos 50 anos, mostraram que, se parar de fumar aos 30
anos, uma pessoa pode evitar
quase todo o risco de morrer prematuramente.
"Fumar cigarros reduz a expectativa de vida em dez anos", afirmou Richard Doll, 91, professor
da Universidade de Oxford que
descobriu a ligação entre o câncer
e o tabaco. "É claro que fumar
constantemente dobra o risco de
morte ao longo da vida adulta.
Mas também é claro que deixar de
fumar elimina uma grande parte
desse risco", disse Doll, responsável pelo estudo.
Ele e Bradford Hill confirmaram a existência de um elo entre o
consumo de tabaco e o câncer de
pulmão num estudo pioneiro publicado em junho de 1956.
Quase meio século mais tarde,
Doll e Richard Peto, que também
é professor da Universidade de
Oxford, publicaram os resultados
de um estudo sobre o tema realizado com mais de 34 mil médicos
britânicos. Atualmente, 5.900 deles ainda estão vivos, e apenas 134
continuam a fumar.
Inicialmente, Doll, que fumou
durante 19 anos, planejava realizar um estudo de apenas cinco
anos, mas suas descobertas iniciais o levaram a continuar o trabalho por mais 45. "Deixei de fumar aos 37 anos por causa das
descobertas de nosso primeiro estudo", disse Doll.
Os primeiros resultados de seu
segundo estudo mostraram que,
além de poder provocar câncer de
pulmão, o tabaco pode estar por
trás de uma série de problemas
cardíacos. "Decidimos continuar
o estudo para saber que outros
efeitos iríamos encontrar."
Segundo o estudo, deixar de fumar aos 60, aos 50, aos 40 ou aos
30 anos de idade permite, em média, ganhar três, seis, nove ou dez
anos de vida respectivamente.
Segundo especialistas, o novo
estudo é um dos melhores trabalhos de pesquisa médica já realizados, pois monitorou o mesmo
grupo de pessoas durante décadas. Além disso, os especialistas
no assunto dizem que o trabalho é
ainda mais importante porque
acompanhou pessoas nascidas
nas primeiras décadas do século
20, quando o consumo de tabaco
era muito alto.
100 milhões de mortes
Desde que Doll começou seu estudo, na década de 50, o tabaco
matou cerca de 100 milhões de
pessoas em todo o mundo. Se os
padrões atuais de consumo de tabaco não forem alterados, por
volta de 1 bilhão de pessoas morrerão por conta do hábito de fumar no século 21, segundo Peto.
Com agências internacionais
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